quarta-feira, 18 de março de 2009

29 - Reis - 10ª Parte - Fim do Reino de Judá

Destruição de Jerusalém
Joaquim, tão logo assumiu o trono, foi obrigado a pagar um elevado tributo ao faraó Necao II. Então, para obter os recursos necessários ao pagamento exigido em ouro e prata, Joaquim teve que criar impostos. O reinado de Joaquim durou onze anos, sendo que ele foi colocado no trono em lugar de seu irmão pelo faraó Necao. Seu governo foi marcado pelo domínio do Egito sobre uma grande parte dos territórios antes pertencentes aos assírios.

Em 605 a.C., Nabucodonosor, rei da Babilônia, enfrentou e derrotou os exércitos egípcios em Carquêmis, marchando em seguida rumo à costa do Mediterrâneo. Em sua marcha, ele foi devastando as cidades filistéias que encontrou em seu caminho. Os povos da região entraram em pânico e Joaquim se voltou desesperado em busca da ajuda egípcia. Sem obter ajuda, ele acabou cedendo ao rei da Babilônia. No terceiro ano de seu reinado, ele se rebelou contra Nabucodonosor. Em conseqüência dessa revolta, Jerusalém foi sitiada pelos exércitos babilônicos. É provável que Joaquim tenha morrido durante este cerco ou então tenha sido levado como prisioneiro para Babilônia.

Com a morte de Joaquim, o seu sucessor foi seu filho Jeconias, que subiu ao trono com dezoito anos de idade. Seu reinado durou pouco mais de três meses, sendo que ele foi levado como prisioneiro para Babilônia pelo rei Nabucodonosor. Juntamente com ele, vários membros da família real e da corte, bem como muitos tesouros, também foram levados pelos babilônicos. No exílio, Jeconias gerou sete filhos. Contudo, nenhum deles nunca subiu ao trono de Jerusalém.

Sedecias foi o último rei de Judá. Ele era o terceiro filho de Josias e foi posto no trono por Nabucodonosor quando Jeconias foi levado como prisioneiro para Babilônia. O reinado de Sedecias durou onze anos e foi marcado pela falta de tato do rei, o que levou a desastrosas conseqüências. Aconselhado por Jeremias, Sedecias se manteve fiel ao rei da Babilônia, tendo ido àquela cidade no quarto ano de seu reinado para pagar tributo ao rei. Três anos mais tarde, seguindo o conselho de seus oficiais, ele se opôs ao domínio babilônio e se rebelou contra Nabucodonosor e pediu ajuda militar ao Egito. Jeremias o aconselhara a não fazer isso, uma vez que ele havia jurado lealdade ao rei babilônio em nome de Javé. O resultado imediato foi que os exércitos babilônicos cercaram Jerusalém.

Em 597 a.C., os exércitos de Nabucodonosor conquistaram Jerusalém. A cidade foi severamente danificada, enquanto o rei e os soldados fugiram, deixando o povo nas mãos do invasor. Eles foram alcançados pelos babilônios nas planícies de Jericó e foram mortos. Os filhos de Sedecias foram mortos na presença dele e ele foi cegado e levado como prisioneiro para Babilônia, onde morreu. Juntamente com ele, também foram levados para Babilônia os demais membros da classe governante, os militares, os intelectuais e os donos dos meios de produção, ou seja, as pessoas mais ricas de Judá. Este foi o primeiro exílio.

No ano 587 a.C., Jerusalém foi completamente destruída pelos exércitos de Nabucodonosor. As muralhas da cidade foram derrubadas, o templo foi incendiado e os seus habitantes foram aniquilados. Os tesouros e todas as pessoas mais importantes foram levados para Babilônia. A deportação foi muito maior que a anterior. Assim, o reino de Judá deixou de existir. No território de Judá ficaram apenas os mais pobres, sendo que todo o restante do povo que sobrevivera à conquista foi levado como cativo para as cidades da Babilônia. Este foi o segundo exílio.

Depois disso, Nabucodonosor nomeou Godolias para ser o governador de Judá. Numa última tentativa de reassumir o controle do país, Godolias foi assassinado. Entretanto, a situação não mudou em nada.

A época dos reis Josias, Joaquim, Jeconias e Sedecias foi o tempo em que Jeremias exerceu sua atividade profética. Quando houve a segunda deportação, Nabucodonosor permitiu que o profeta permanecesse em Judá. Ele, então, ficou residindo na casa do governador Godolias.

No quinto ano do exílio de Jeconias, o profeta Ezequiel iniciou suas atividades.

Jerusalém foi destruída quando Priés era o faraó do Egito. Na mesma época, a Grécia cunhava as primeiras moedas enquanto Drácon, em Atenas, instituía as leis aristocráticas.

Em 561 a.C., o rei Evil-Merodac concedeu anistia a Jeconias e o retirou da prisão, colocando-o na corte de Babilônia e concedendo-lhe vários privilégios.

Nilson Antônio da Silva

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