sábado, 1 de dezembro de 2007

A Fé




Jesus falou muitas vezes sobre a fé, mostrando a necessidade de se ter fé e as maravilhas que podemos experimentar através da fé. Tantas pessoas foram curadas pelo Senhor de suas enfermidades porque tudo que tinham era a fé. E tantas vezes ouviram dos lábios do Senhor apenas isto; “Tua fé te curou!”.
Mas adiante, o apóstolo afirma que “a fé é uma maneira de se possuir aquilo que ainda não se tem”. Ora, a fé é uma maneira de alcançarmos aquilo que buscamos e conseguirmos aquilo que precisamos, ainda que à nossa volta tudo nos prove que não encontraremos e nem conseguiremos. Se a realidade, fria e impessoal, afirma que não podemos, a fé nos prova que já temos tudo que precisamos. A fé destrói a frieza da realidade e toca no íntimo de nossa alma, consolando-a e mantendo-a viva. Somente a fé nos move em direção a Deus e nos leva a superar a dor da miséria humana. A fé é algo que leva à cura do corpo mas, antes disso, ela cura por inteiro a alma e o coração. A fé age de dentro para fora e, agindo assim, brota da presença do Espírito de Deus que habita em cada ser humano. Assim, a fé é um dom de Deus, mas também é uma escolha do homem. Somente Deus dá a fé, mas ela precisa ser aceita no mais profundo do coração, pois só aí ela o tocará e o conduzirá em direção ao Senhor.
Se a fé se torna pequena e frágil em nosso coração, corremos o risco de simplesmente afundar no meio do mar, como Pedro ao caminhar em direção ao Senhor sobre as águas. Mas, se a fé se torna tão imensa que transborda de dentro da alma, ela é capaz de conseguir o melhor e o mais valioso para cada pessoa. Lembremos da mulher enferma que tocou as vestes de Jesus e foi curada. Quanta fé ela teve e quanta coragem e determinação a sua fé lhe deu para que ela rompesse a multidão e alcançasse o Senhor!
Se nós tivéssemos fé um pouquinho maior que fosse, quantas dores em nosso corpo e em nossa alma poderíamos evitar, quantas feridas poderiam ser curadas em nossa vida! Quando temos fé que o Senhor é capaz de cuidar de nossa vida e de nos dar tudo que precisamos, nossa vida se torna mais leve e mais agradável. O cansaço se torna menos penoso e a dor fica branda, pois o nosso coração pode repousar tranqüilo enquanto a nossa alma se volta para a contemplação do amor misericordioso de Deus.
São felizes todas as pessoas que enfrentam a miséria do sofrimento humano e, no final, ainda são capazes de dizer vitoriosas: “Mantive a fé!” E são mais felizes ainda porque assim ouviram e praticaram a palavra do Senhor em suas vidas.


Nilson Antônio da Silva

sábado, 27 de outubro de 2007

A Vida


Deus, eterno e perfeito, deu-nos a vida por amor e por amor mantém a nossa existência. Deus, vivo e onipotente, por sua vontade quis que pudéssemos viver aqui na terra e, um dia a seu lado, vivermos na eternidade contemplando a sua glória e gozando da felicidade perfeita. Deus, no infinito de sua sabedoria, deu-nos a capacidade de sabermos da sua existência e pôs em nosso coração o desejo de estarmos a seu lado. Deus encheu-se de amor por nós e derramou em nossa alma este amor tão ardente e tão magnífico.
Jesus, a Palavra de Deus que se fez homem e quis compartilhar de nossa vida humana, esteve na terra para nos mostrar as maravilhas que o Senhor preparou para cada um de nós na eternidade. Jesus experimentou as dores e as alegrias que sentimos, enfrentou as dificuldades e solidões por que passamos, conviveu com amigos e parentes da mesma forma como também nós convivemos.
Jesus, quando chegou diante do túmulo onde tinham colocado Lázaro, comoveu-se profundamente e chorou pelo amigo. Ora, Jesus e Lázaro eram amigos e o Senhor sempre deu um imenso valor às amizades. Jesus sofreu a dor da perda do amigo estimado, como tantas vezes também nós sofremos. Por isso, o Senhor chorou. E tão grande foi a dor que Jesus sentiu que ele, que é o Senhor da vida, mandou que Lázaro se levantasse e voltasse a viver. E ele saiu vivo!
A vida, dom mais perfeito de Deus, é a manifestação mais perfeita da glória de Deus. Viver é glorificar a Deus e reconhecê-lo como Senhor e Criador de todas as coisas. Reconhecer o direito à vida é reconhecer a soberania de Deus sobre toda a criação. Tudo foi feito por Deus, por isso tudo pertence a Deus. A vida de cada pessoa pertence a Deus desde o princípio até à eternidade. A vida de cada ser vivente pertence a Deus desde o princípio até o seu fim.
Quem ama a Deus, ama a vida que o Senhor dá e respeita a vida de seu semelhante e a vida de todos os seres viventes.
Nilson Antônio da Silva

sábado, 6 de outubro de 2007

O Amor A Deus


Chegará um tempo em que todos nós contemplaremos a face de Deus e olharemos em seus olhos frente a frente. Todos nós, independente de como tenhamos vivido, ficaremos diante de Deus e olharemos Aquele que é nosso Criador.
Em um de seus livros, o notável escritor C.S. Lewis narra numa bela alegoria o que acontece diante da contemplação da face de Deus. Diz ele, de maneira muito bonita que, quando as pessoas se apresentavam diante do Leão Aslam, metáfora de Jesus, semelhante ao Leão de Judá, algumas eram tomadas de um infinito amor por ele e outras eram tomadas de um ódio terrível por ele. Aquelas que se enchiam de amor pelo Leão permaneciam ao seu lado direito e aquelas que se enchiam de ódio por ele atiravam-se desesperadas nas sombras da escuridão do seu lado esquerdo.
Ora, estas palavras de Lewis refletem de forma poética o que Jesus afirmou tantas vezes sobre aqueles que o amam e sobre aqueles que o odeiam. Jesus chama de benditos àqueles que o amam e de malditos àqueles que o odeiam. E mais, aos benditos ele convida-os a tomarem posse do Reino do Céu e aos malditos ele manda que vão para o fogo eterno. Aos que têm um bom coração Jesus chama-os de ovelhas e aos maus ele os chama de cabritos.
Estas são palavras duras, mas são palavras de Jesus! Amar a Deus é uma escolha livre assim como odiar a Deus também é uma escolha livre. A decisão é tomada por cada um livremente e ninguém pode decidir por outra pessoa. Encher-se de amor por Jesus e permanecer ao seu lado é uma escolha livre e pessoal assim como encher-se de ódio pelo Senhor e atirar-se nas trevas também é uma escolha livre e pessoal.
As pessoas de bom coração, ainda aqui na terra, já contemplam na fé a face de Deus e se inflamam de amor por ele. E as pessoas de coração mau, também aqui na terra, já estão se atirando nas trevas e odiando Jesus. O bom coração, que busca fazer a vontade de Deus, é cheio de luz e de amor aos outros. Já o coração mau, que nega fazer a vontade de Deus, é cheio de egoísmo e de ódio a todos e a tudo.
Como Jesus disse, não basta sair por aí dizendo ‘Senhor, Senhor”. É preciso viver a palavra de Deus, é preciso vivenciar no cotidiano o evangelho, é preciso carregar a cruz de cada dia e seguir Jesus ao alto do Calvário. Somente assim seremos chamados de benditos e nosso coração encher-se-á de amor a Deus.
Nilson Antônio da Silva

sábado, 18 de agosto de 2007

A História de Lázaro


A história de Lázaro contada por Jesus traz em si muitos significados. Além do sentido primeiro, que fala da vida eterna ao lado de Deus e da condenação ao fogo eterno, podemos ver o sentido da parábola em relação aos nossos sentimentos.
Durante a vida, podemos ocupar o lugar do rico opulento e arrogante ou podemos tomar o lugar do mendigo humilde e doente. O mais grave é que o lugar que ocuparmos é de escolha livre e espontânea nossa. Não somos obrigados a ser um ou outro. Se quisermos, podemos perfeitamente ser igual ao homem rico, ter nossa mesa bem farta, viver fazendo festas, conviver com aqueles que enchem nossa casa em dias festivos. Se quisermos, podemos perfeitamente ser igual ao homem pobre, ter um coração humilde, cheio de feridas e sofrimento, mendigar migalhas e migalhas... E qual é a diferença? Depende do final da história que quisermos para nós.
Ora, quantas vezes não ficamos à porta de corações mendigando migalhas de compreensão que nos são negadas, mendigando migalhas de perdão que nos são jogadas às vezes por obrigação, mendigando migalhas de carinho que mal alcançam nossas mãos, mendigando migalhas de amor que são levadas pelo vento... Quantas vezes a única companhia que temos é dos cães e o único gesto de acolhimento é dos mesmos cães a lamberem as feridas de nossa alma? Quantas e quantas vezes nosso olhar sedento e faminto se perde nas mesas fartas e festivas, às quais nos é negado estar presentes?
E nossa esperança? Onde fica?
Repousa nos braços do Senhor nosso coração e nossa alma anseia pela contemplação da face de Deus. Somente o infinito amor de Deus é capaz de preencher o infinito vazio de nossa alma. Somente a infinita ternura de Deis é capaz de curar as feridas dolorosas de nosso coração. Somente em Deus encontraremos o repouso e a paz porque anseia cada um de nós.
Na eternidade, junto de Deus, teremos realizados plenamente tudo de bom que sentimos para com aqueles com quem convivemos. Junto de Deus, amaremos eternamente todos aqueles a quem amamos e estaremos eternamente ao lado daqueles que nos são queridos. Também é preciso lembrar que, na eternidade, distante de Deus, haverá um terrível tormento causado pelo afastamento daqueles com quem convivemos. Longe do Senhor, existirá uma dor eterna feita de ódio a Deus, de ódio aos outros e de ódio a si mesmo.

Nilson Antônio da Silva

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Acolher A Amizade De Deus


Um dia, um jovem conhecedor das Escrituras e que procurava praticar e viver a palavra de Deus, encontrou-se com Jesus e então conversaram. Naquele momento, Jesus o acolheu com profunda ternura e encheu-se de amor por ele. E pediu que ele largasse tudo que tinha e viesse segui-lo. Entretanto, o jovem pôs as suas posses e os seus compromissos acima do amor de Jesus, virou-se e foi embora cheio de tristeza. E Jesus também ficou profundamente triste por ele ter ido embora. A tristeza do jovem foi por não ter coragem de deixar tudo, por não ser capaz de abrir mão de seus bens e seus compromissos para poder se entregar à amizade que Jesus lhe oferecia. A tristeza de Jesus foi por ver o amor que ele oferecia gratuitamente ao jovem não ser acolhido, ou seja, toda a amizade que o Senhor lhe oferecera fora rejeitada. E isto entristecia profundamente ao Senhor. Ora, Jesus amou todos os seus amigos, tanto que quis chamá-los de amigos e não de servos, e deu sua vida por eles. E neles, por todos nós que somos hoje a Igreja. Mas Jesus nunca forçou ninguém a aceitar a sua amizade nem nunca forçou ninguém a permanecer em sua companhia. Daí a sua tristeza quando viu o jovem indo embora, por que ele desejava que aquele jovem livremente aceitasse a sua amizade.
E ele não aceitou...
Deus é muito elegante e muito educado. Ele não entra à força em um coração que não se abre para recebê-lo livremente e com alegria. Deus não força ninguém a acolhê-lo e amá-lo porque acolher e amar a Deus deve ser uma atitude livre e espontânea de cada pessoa. O Senhor oferece a sua amizade a todas as pessoas, mas cabe a cada um aceitar e cultivar essa amizade. A amizade que o Senhor Jesus oferece é plena, absoluta e incondicional, mas nunca é imposta, porque deve ser simplesmente aceita. E quando a amizade do Senhor é aceita, o Senhor a torna única e exclusiva com cada um e, então, toda a bênção e toda a graça inunda a vida! Assim, Jesus tem a liberdade de permanecer no coração e, como ele mesmo disse, entrar e fazer a refeição junto com o dono da casa. E o dono da casa também tem a liberdade de entrar na casa do Senhor, fazer a refeição com ele e com ele permanecer eternamente. E, para todos aqueles que são amigos de Deus, a casa do Senhor, que é o próprio Céu, permanece sempre aberta e sempre acolhedora.
Enquanto aqui na terra não formos capazes de chorar entristecidos ao ver indo embora aqueles a quem amamos e não formos capazes de abrir livremente nosso coração àqueles que nos querem bem, jamais conseguiremos experimentar a amizade de Deus. Se não conseguirmos amar aqueles a quem vemos e com quem convivemos, como poderemos amar a Deus? Se não conseguirmos abrir nosso coração àqueles que caminham conosco na vida, como vamos abrir a porta de nosso coração para Deus?

Nilson Antônio da Silva

Jerusalém! Jerusalém!


Certa vez, Jesus, ao olhar a cidade de Jerusalém à distância, chora por ela e lamenta que esta não queira acolher a mensagem de paz que tantas vezes o Senhor lhe enviara. Deus sempre quis cuidar de Jerusalém, mas ela nunca compreendia e recebia o Senhor, pois fechara seus olhos, tapara seus ouvidos e endurecera seu coração à palavra de Deus. Assim, matava os profetas e apedrejava os santos que o Senhor enviava para abrir seus olhos, destapar seus ouvidos e amolecer o seu coração. E deste modo agiu até ao ponto de matar o próprio filho de Deus. Por isso tudo, Jesus chorou sobre Jerusalém e, mais ainda, chorou porque a amava e desejava que ela o escutasse e acolhesse.
E hoje, não acontece a mesma coisa? Só que, em lugar de Jerusalém, não é o mundo inteiro que age da mesma forma? Não é o mundo inteiro que fechou os olhos, tapou os ouvidos e endureceu o coração à palavra de Deus?
Todos os dias, o mundo mata profetas e santos que o Senhor Deus envia para serem a sua voz e as suas mãos no meio da humanidade. Todos os dias pessoas estão morrendo por falta de cuidados físicos e espirituais; crianças inocentes e indefesas estão morrendo na mão de assassinos em clínicas abortistas com o aval de médicos, enfermeiros e pais desinformados e, o mais grave, com o possível incentivo do governo se aprovadas as leis abortistas que tramitam no Congresso Nacional. Todos os dias pessoas estão sendo mortas pela língua ferina e impiedosa de pessoas de coração duro. Todos os dias pessoas estão sendo mortas pelas atitudes omissas ou manipuladoras de quem pensa somente em si mesmo e busca apenas seu próprio bem-estar.
No entanto, sejamos realistas: da Jerusalém que matava os profetas, restaram apenas ruínas de um muro; do Império Romano que lançava cristãos às feras, não se fala nem mais a língua latina; dos nazistas que queimaram judeus em fornos restou apenas a vergonha por tais atos... e por quê? Porque Deus faz justiça aos seus santos e profetas; porque Deus não permite que o mal prevaleça sobre a sua palavra de paz; porque a morte de pessoas na miséria e no abandono, o assassinato de crianças ainda no útero e o mal causado pelo egoísmo bradam a Deus por justiça e Deus age. Deus não deixa desamparados aqueles que a Ele se entregam e constantemente ouve as súplicas de quem sofre no corpo e na alma.
Deus é bom e Deus é justo. Deus age e amolece os corações mais duros. Se um coração se recusar a acolher a palavra de Deus, o Senhor chora de dor por causa desse coração, como chorou sobre Jerusalém, mas não o força a aceitar a sua palavra, assim como não forçou Jerusalém... e dela restaram somente ruínas de um muro.

Nilson Antônio da Silva

sexta-feira, 6 de julho de 2007

O Bem-Te-Vi

Nessas manhãs em que o tempo já começa a ficar mais frio, o verão vai se distanciando e as últimas chuvas caem esparsas, o sol desponta e com ele os passarinhos começam seu dia. Aqui, ainda podemos ouvir, entre os barulhos urbanos, a algazarra de pássaros na madrugada. São tantos e tão festivos que, apurando nossos ouvidos, podemos sentir a profunda perfeição da criação de Deus. Podemos perceber a harmonia com que o Senhor dispôs todas as criaturas para que, vivendo e povoando o mundo, refletissem a glória de seu poder. A grande maravilha da obra de Deus é isto: a criação inteira glorifica o nome de seu Criador simplesmente existindo da forma como o Senhor a fez. Um pássaro não tem entendimento para conhecer a Deus, mas sua vida, por sua simples e pura existência, é um contínuo ato de gratidão ao Senhor.
Costumo observar um bem-te-vi que, quase todas as manhãs, pousa sobre uma antena de televisão e canta por longos minutos. Vai cantando e, em certo momento, outro mais longe também canta. E outro mais além... Desse modo, em alguns minutos, é possível ouvir um verdadeiro coro de bem-te-vis cantando. Simplesmente cantam. E cantam maravilhosamente belo! Cantam como nenhuma tecnologia humana pode fazer igual nem ninguém pode copiar.
Jesus disse que ninguém, por mais que se preocupe, pode acrescentar um único segundo à sua vida por vontade própria. Tudo é dado por Deus e por Deus é tirado. Assim, é mais proveitoso e mais saudável que as pessoas deixem tantas preocupações inúteis que apenas dificultam suas vidas, mas que em nada é capaz de melhorá-las e muito menos aumentá-las, e passem a viver em plenitude como o Senhor as criou. Ao agir deste modo, estão fazendo como o bem-te-vi que simplesmente pousa numa antena de televisão quase todas as manhãs para cantar, fazendo o melhor que o Senhor lhe concedeu fazer.
Deus deu a cada pessoa muitos dons, os quais devem ser assumidos e vividos em plenitude. Cabe ao que sabe ensinar ao que não sabe, ao paciente escutar o que é estourado, ao compreensivo ouvir o desesperado, ao que tem ajudar o que nada possui... e assim por diante.
Deus deu ao bem-te-vi a capacidade de cantar bem. E ele canta! A cada pessoa sobre a face da terra, o Senhor deu uma infinidade de dons. E cada pessoa deve usar os dons recebidos de Deus e, com isso, dar glórias ao Criador.

Nilson Antônio da Silva

Pentecostes



A última semana de Jesus na terra já havia passado. Seus últimos dias em Jerusalém, quando ele foi preso, torturado, julgado e condenado à morte na cruz já eram lembrados e comentados pelo povo como um acontecimento que se distanciava no tempo. Entretanto, seus discípulos e demais seguidores também comentavam entre si um fato que os deixava repletos de alegria: Jesus ressuscitou e estava vivo! Ele aparecera a Pedro, a Maria de Magdala e a vários de seus discípulos. Todos eles, contudo, evitavam fazer comentários sobre a ressurreição de Jesus em público por medo das autoridades judias, as mesmas que haviam condenado o Senhor à morte.
Finalmente, passados quarenta dias o Senhor Jesus subiu aos céus diante dos apóstolos e discípulos, tendo antes lhes dito que enviaria a eles o Espírito Santo para que os fortalecesse e assistisse enquanto estivessem no mundo. Enquanto isso, os apóstolos e Maria reuniam-se em todo primeiro dia da semana para orar e fazer memória da vida, morte e ressurreição de Jesus.
No dia de Pentecostes (cinqüenta, qüinquagésimo em grego), que era uma festa judaica tradicional celebrada cinqüenta dias depois da Páscoa, Maria e os apóstolos estavam em Jerusalém reunidos no mesmo lugar, que é chamado de cenáculo. A festa de Pentecostes era celebrada em comemoração às colheitas e, nessa época, judeus de todas as partes do mundo iam a Jerusalém. Vinham do Egito, da Macedônia, da Grécia, de Roma, da Pártia, enfim, de todos os lugares do mundo conhecido na época.
Enquanto Maria e os Apóstolos estavam reunidos, dentro do lugar onde estavam surgiu um ruído muito forte vindo do céu, como se estivesse soprando um vento muito forte, o qual encheu a casa inteira. Então, “apareceu-lhes algo como línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Eles ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, como o Espírito Santo lhes concedia falarem.”
Com todo aquele barulho e ao ouvirem aqueles homens simples falando em tantas línguas diferentes, o povo começou a se reunir em frente à casa onde estavam. E todos se perguntavam admirados e impressionados o que estava acontecendo ali.
Nisso, Pedro tomou a palavra e falou a todo o povo sobre a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo e a realização das promessas de Deus anunciadas pelos profetas. Naquele momento, a Igreja estava sendo revelada ao mundo inteiro! A salvação prometida por Deus e anunciada desde os tempos mais antigos pela boca dos profetas fora cumprida por Jesus e agora ao mundo inteiro isto era anunciado. A promessa é para os judeus e os seus filhos e também para todos aqueles em todos os tempos que ouvirem o apelo de Deus, conforme disse Pedro. Ou seja, o Espírito Santo foi, é e sempre será derramado sobre todos aqueles que são batizados e crêem em Jesus Cristo.
O “Espírito Santo procede do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”, conforme professamos no Credo Niceno-Constantinopolitano.
O Espírito Santo, enviado aos homens e mulheres, reúne todos os povos em todos os tempos e lugares no Corpo de Cristo, isto é, na Igreja, para que estes recebam de Cristo, sacerdote eterno, as graças necessárias para que possam chegar à vida eterna.
O Espírito Santo completa toda a obra salvífica de Cristo, reunindo todos os homens e mulheres num só Corpo, sendo Cristo a cabeça deste corpo e este mesmo Espírito Santo é o princípio vivificante, isto é, o que dá vida e faz viver este corpo. É o Espírito Santo que nos torna “filhos no Filho” e nos impele a voltarmos ao Pai.
A missão do Espírito Santo é fazer com que estejamos na comunhão do Filho – Jesus - com o Pai, santificando-nos e tornando a cada um de nós filho com Jesus.
O Espírito Santo é o Amor do Pai e de Jesus que, derramado em nossos corações, é um fogo que arde e que aquece, tornando-se força que nos une e nos aproxima. Os homens, ao receberem o Espírito Santo, passam a viver numa profunda e verdadeira comunhão entre si, estabelecendo-se em seu meio a confiança, a paz e a concórdia, outrora perdidas por causa do orgulho e da discórdia.
O Espírito Santo guia a Igreja nos caminhos da História, fazendo com que ela permaneça fiel ao Senhor Jesus e sempre encontre os caminhos e os meios eficazes para anunciar o Evangelho a todos os povos da Terra. O Espírito Santo derrama constantemente e sem medidas os seus dons sobre todo o povo de Deus, sustentando-o para que possa testemunhar continuamente a Boa Nova no mundo. Toda pessoa que foi batizada e crismada recebe os carismas do Espírito Santo, para que possa atuar com determinação e persistência dentro da Igreja, no serviço aos irmãos e no anúncio da Palavra de Deus.
Todas as pessoas que buscam guardar a Palavra de Deus com esforço de conversão e sinceridade em seu coração e, ainda, dedicam-se à oração e põe todo seu empenho em anunciar e testemunhar o Evangelho, estas pessoas vivem do Espírito Santo.
Os dons do Espírito Santo são sete: Fortaleza, Piedade, Sabedoria, Conhecimento, Conselho, Entendimento, Temor de Deus. Estes dons são chamados de Dons de Santificação. A Fé, Interpretação, Profecia, Cura, Línguas, Milagres, Discernimento, Ciência e Sabedoria são os chamados Dons Carismáticos.
Todos estes dons, o Espírito Santo os derrama de modos diversos sobre os cristãos, para que, acolhendo e abraçando com amor o dom recebido, entreguem-se de coração e alma a servir e amar a Deus.
É o Espírito Santo quem dá a verdadeira alegria, conforme nos diz a própria Mãe de Deus, ao proclamar repleta do Espírito Santo que “o meu espírito se alegra em Deus meu salvador!” Todos os patriarcas e profetas, todos os mártires e santos entregaram-se e abriram seus corações à ação do Espírito Santo, e este, agindo neles, proclamou as maravilhas e a glória de Deus. E continua agindo e proclamando em todos os tempos e lugares!


Nilson Antônio da Silva

A Figueira


O evangelista Lucas narra-nos a história contada por Jesus a respeito de um homem que plantara uma figueira em sua vinha. Passados três anos, este homem manda ao viticultor que corte a figueira, pois ela não produzira nenhum fruto até então. O viticultor, enchendo-se de compaixão e misericórdia pela figueira, pede ao dono que espere mais um ano. Então, se a figueira continuar sem produzir frutos, ele a cortará.
Não sabemos o que houve passado um ano... não sabemos se a figueira produziu algum fruto... ou se foi cortada. Mas sabemos que aquele viticultor encheu-se de amor e carinho pela figueira. Sabemos que ele quis dar mais uma chance para que ela produzisse frutos. Sabemos que ele acreditava na razão da existência daquela árvore.
Ora, ele a plantara e dela cuidara desde que lançara do solo seu primeiro broto. Acompanhara os despontar de suas primeiras folhas, despejara as primeiras gotas d’água na pequenina planta. Enfim, ela nascera sob seus cuidados e, sob seu olhar de homem que entende a vida, crescera e se tornara uma árvore.
Façamos, pois, um paralelo com a nossa vida. Temos, muitas vezes, coisas bonitas e vistosas, como folhas viçosas, que enfeitam nosso viver e nos destacam no meio em que vivemos. Somos, muitas vezes, bem vistos e como a figueira que se destaca entre os ramos do pé de uva, estamos em destaque por entre as pessoas onde vivemos. Muitas vezes, por nos sentirmos diferentes e maiores, assim como a figueira entre as folhas da videira, queremos ser considerados os melhores e mais perfeitos no lugar em que vivemos.
Com tudo isso, acontece que esquecemos de produzir frutos e nos tornamos iguais à figueira, somente vistosos, mas sem produzir. Ou seja, tornamo-nos inúteis ocupantes do solo onde outros poderiam produzir muito.
O Senhor Jesus, que é misericordioso e compreensivo, espera que cada um de nós produza muitos frutos para a melhora e transformação do mundo e das pessoas com as quais convivemos. O Senhor acredita nas nossas possibilidades e nos ajuda, dando a cada um de nós o conforto e a força necessários para que produzamos frutos saborosos. Ele, o sacerdote que se apresenta diante de Deus Pai oferecendo-se a si mesmo em sacrifício pelos nossos pecados, sempre cuida com carinho de nossos corações ingratos.

Nilson Antônio da Silva

A Amizade


A amizade é um sentimento de extremo valor aos olhos de Deus. E este valor incalculável se deve ao fato de que toda amizade é, em sua essência, o reflexo da amizade que Deus tem por todos os seres humanos e por cada um individualmente. Deus dedica a cada pessoa uma amizade única, infinita e de um valor inestimável. Assim, para Ele, cada pessoa é o melhor amigo e Ele se deixa fazer o melhor amigo de cada pessoa. E é dessa forma que, embora sejam cerca de seis bilhões de pessoas no mundo, Deus se mantém fiel e companheiro de cada uma delas, dedicando-se a cada uma como fosse a única que existe. Deus escuta e caminha ao lado de cada um, é companheiro e está sempre presente, é compreensivo e entende as fraquezas e dificuldades porque passamos.
Jesus, durante todo o tempo em que esteve vivendo nas terras da Galiléia, foi cheio de amor e compreensão com seus amigos. Ele dizia as palavras certas para que eles vivessem bem. Ele não os adulava, mas sabia quando precisavam de palavras de conforto e carinho. O Senhor perdoou Pedro, teve o discípulo amado recostado em seu peito, repreendeu com doçura a falta de fé de Tomé, alegrou-se com os discípulos quando estes voltaram de sua primeira missão entre os judeus... Ora, tudo isso comprova o fato de que a amizade verdadeira se faz com sinceridade e dedicação; se faz com palavras de carinho e com palavras duras quando é preciso.
O Senhor escolheu livremente seus amigos e deixou que cada um também livremente escolhesse estar ao lado dele. A ninguém forçou, a ninguém cobrou... Mas teve seu olhar repleto de tristeza quando viu o jovem rico se afastar por achar muito difícil a amizade que o Senhor gratuitamente oferecia a ele. A amizade verdadeira não força, mas exige dedicação e gratuidade. E exige muito. E quem não é capaz de compreender e aceitar este fato, cai na armadilha da bajulação ou, então, desiste e vai embora. E não deixa marcas!
Algumas das mais belas palavras de Jesus fazem referência à amizade: “Eu os chamo de amigos porque o amigo sabe o que a amigo faz”... E mais: “Não há maior amigo do que aquele que dá a vida por seus amigos”. E conta-nos o evangelista que Jesus chorou diante do túmulo de Lázaro, enquanto o povo ao redor dizia: “Vejam como ele o amava!”
É preciso dedicarmos tempo e amor às nossas amizades, para que elas não se percam nos caminhos de nossa vida. Caminhos estes que, muitas vezes, são tortuosos e cobertos de espinheiros. Ora, do que nos adianta sempre fazermos novos amigos, se não soubermos conservar aqueles que já temos?

Nilson Antônio da Silva

A Preciosidade da Criação


A criação inteira é preciosa aos olhos de Deus e Ele sempre se preocupa com a obra de suas mãos e cuida de tudo que criou. O universo todo, com todos os seres vivos e todas as coisas inanimadas, recebe constante e incessantemente os cuidados e o carinho do Senhor.
Jesus, enquanto esteve no mundo, falava o tempo todo de passarinhos e ovelhas, de peixes e flores do campo, de trigais e pés de figo... Enfim, tudo aquilo que foi feito por sua palavra, dele recebeu um valor e afeição especiais. E continua recebendo e sempre receberá. As águas, os mares, as pedras – a Simão o Senhor deu o nome de pedra – são criações de Deus e existem unicamente graças à vontade onipotente e incondicional do Senhor. Deus tirou do nada a criação inteira e, por estar Sua vontade onipotente presente nela, mantém esta mesma criação existindo. Isto é, sem a vontade de Deus a criação inteira volta ao nada, de onde foi tirada.
Todas as coisas são criaturas de Deus e, embora não possuam a capacidade de reconhecer o Senhor e amá-lo, prestam a Ele louvor e dão-Lhe glória pelo simples fato de existirem. A criação nem sequer tem consciência de que tem um Criador mas, assim mesmo ou talvez por isso mesmo, é imensamente amada pelo Senhor. O próprio fato de existir comprova a grandiosidade e a gratuidade desse amor incondicional de Deus.
De outro lado, todos nós, homens e mulheres, somos também criados por Deus e a nós o Senhor Deus deu a capacidade de reconhecer que Ele existe, é o Criador e que tudo que existe foi criado por Ele. Portanto, temos o dever de amar a criação com o coração semelhante ao do Senhor e cuidar de sua obra com ternura e respeito.
Deus nos deu a capacidade de conhecermos a nós mesmos como seres humanos e a capacidade de reconhecermos a Deus como Senhor e Criador de tudo que existe. Assim, Deus nos concedeu a graça de participarmos com Ele da sua obra criadora e, ainda, deu-nos a graça de também juntos com ele participarmos da ação de governar a criação. Ou seja, é de nossa responsabilidade cuidar bem da criação de Deus, para que esta siga através dos tempos de acordo com a vontade do Senhor. Somos criaturas, a quem por amor gratuito o Senhor nos fez seus filhos, e é preciso que nossa vida seja também um louvor agradável a Deus.
Deus nos tirou do pó da terra, a qual veio do pó das estrelas, as quais vieram do pó do universo... viemos do pó, voltaremos ao pó; tudo veio do nada e se desfará em pó... Um dia, chegará a hora em que o Senhor “fará novas todas as coisas” e, assim, tudo existirá eternamente na contemplação de Deus face a face.

Nilson Antônio da Silva

A Perfeição E A Beleza De Deus


O Senhor tem muitos projetos para nós. Ele quer que realizemos muitas coisas boas durante nossa vida, para que o mundo se torne um lugar cada vez melhor e para que as pessoas também se tornem melhores para si mesmas e para com aqueles com quem convivem.
Deus é bom e bom é tudo o que ele faz. O mundo é bom porque foi criado livremente pela vontade do Senhor, que é cheio de bondade e de amor. Todas as coisas belas da natureza que nos cercam e todo o universo que nem sequer imaginamos o tamanho, refletem a beleza infinita e pura de Deus. E mais, uma vez que o Senhor tudo fez e tudo pôs em nossas mãos para nosso benefício, expressam o imensurável amor que Deus tem para conosco. Deus nos ama e quer que vivamos em busca do amor puro que gera a paz, a justiça e a harmonia entre todas as pessoas. Deus nos ama e, embora seja seu amor para conosco absolutamente incondicional, é de seu agrado que reconheçamos seu amor e também o amemos acima de tudo e de todos.
Todos nós somos perfeitos e belos porque fomos criados por Deus, que faz tudo perfeito e belo, mas, dominados por nossos sentimentos egoístas e mesquinhos, escolhemos nos distanciar da perfeição e da beleza do Senhor e seguirmos por caminhos que conduzem à imperfeição e à feiúra. Feio é tudo aquilo que se recusa a refletir a beleza que provém de Deus, ou seja, refletir o amor e a bondade de Deus. Imperfeito é tudo aquilo que se afasta da presença de Deus e escolhe seguir as próprias vontades e os próprios desejos egoístas.
Toda pessoa que busca viver conforme a vontade de Deus passa a refletir em seu ser toda a beleza e toda a luz do Senhor. É como alguém que, de manhãzinha, se vira para o nascente para contemplar o esplendor do sol que se levanta. Enquanto admira o espetáculo da aurora, sente que, a cada segundo que passa, mais a luz e o calor vão aumentando e envolvendo tudo. Assim é quem se volta para a glória de Deus e se entrega à sua vontade e à sua misericórdia.

Nilson Antônio da Silva

"Glória A Deus Nas Alturas"


Nos dias quentes de verão, é comum se formarem tempestades furiosas e devastadoras. O céu se torna negro, nuvens pesadas se ajuntam ameaçando a terra, ventos incontroláveis querem arrancar as árvores do chão e, então, relâmpagos riscam o firmamento e os trovões ribombam ensurdecedores sobre as serras. É um espetáculo terrível e belo, em que a natureza mostra sua força e sua beleza. A terra inteira - plantas e animais e gente!, encolhe-se e se esconde do furor que os ameaça e que pode destruí-los. Quem pode resistir a uma tempestade? Quem pode enfrentar uma tempestade imensa? Quem tem poder de dominar e vencer uma tempestade?
Porém, uma tempestade assim não é motivo de medo, mas sim de alegria e de admiração. Ora, certa vez Jesus foi despertado pelos discípulos que, apavorados em meio a uma tempestade, pediam que o Senhor os salvasse. Então, Jesus ordenou que os ventos parassem e a tormenta foi desfeita.
Jesus, nosso Deus e Senhor, tem poder de acalmar o mar e destruir tempestades. Ele ordena e tudo obedece à vontade Dele porque Ele é Deus e Senhor de tudo. Quando cremos em Deus e confiamos em seu amor, nossa vida está segura. Jesus, que serena a mais terrível e furiosa tempestade, guarda nossa vida com ternura e carinho.
Os discípulos nada podiam fazer diante daquele mar tempestuoso e sabiam que suas vidas corriam grande perigo. Por isso, recorreram a Jesus para que os salvasse e eles contemplaram o poder do Senhor que domina as tempestades.
Um outro detalhe que chama a atenção é o fato que, tendo o Senhor acalmado a tempestade, eles se jogaram de joelhos diante de Jesus dizendo que Ele se afastasse deles pois eram pecadores. Ou seja, eles reconheceram sua insignificância humana e sua humildade diante do poder de Deus. Eles compreenderam que Jesus é o Senhor e Deus. E isto causou-lhes temor e respeito, pois reconheceram que se encontravam diante de quem está acima de todas as coisas e a quem tudo está submetido.
Deus se fez homem e, ao assumir nossa humilde condição humana, demonstrou todo o seu amor incondicional pela humanidade.
Ele, diante de quem o universo inteiro, o céu e a terra, se prostram em adoração, fez-se carne no ventre da mais santa e bendita mulher para que os filhos de Adão e Eva fossem arrancados do pó da terra e pudessem novamente viver no paraíso e contemplar a Deus face a face.

Nilson Antônio da Silva

Quem Ama


Ao refletir sobre o versículo trinta e nove do primeiro capítulo do Evangelho de Lucas, um escritor anônimo afirmou que “quem ama supera todos os obstáculos para servir à pessoa amada”. Ele estava certo em suas palavras! Assim como Lucas contou-nos que a jovem “Maria levantou-se e pôs-se apressadamente a caminho da região montanhosa para a casa de Isabel”, não deixando que as dificuldades de uma viagem como essa fossem obstáculos ao seu desejo de servir e de estar presente na vida daquela a quem amava, devemos também nós permitir que a graça de Deus aja em nosso coração e nos ponha a caminho.
A caminho de quê? É a interrogação que muitas vezes brota de nós mesmos enchendo nosso olhar de desânimo. Nesse momento, é preciso que o amor seja mais forte e maior do que qualquer questionamento. É preciso que o amor nos faça deixar tudo e sair às pressas para prestar auxílio à pessoa a quem amamos. O amor é extremamente transformador e arrebatador e, quando permitimos, age de maneira magnífica em nossa vida.
Ora, tantas vezes já fomos acordados por um telefone no meio de uma noite chuvosa e, apressados, nos levantamos e saímos em auxílio de quem precisa de nossa ajuda. Tantas vezes uma criança busca em nós quem a ensine simplesmente a andar de bicicleta e, com paciência, deixamos tudo de lado e a ajudamos. Outras vezes, abrimos mão de todos os nossos compromissos para somente escutar alguém que precisa ser ouvido e, então, escutamos durante horas o que nos diz. São estes apenas três pequenos exemplos que confirmam o que o evangelho nos diz. Do mesmo modo como Maria fez, também faz igual a ela quem age assim. É o amor de Deus, o amor maior de todos, agindo em nosso coração e nos levando a fazer o que é da vontade do Senhor. É por causa do amor que alguém é capaz de se levantar no meio da noite para ajudar o outro, porque nada no mundo seria capaz de justificar uma atitude tão incondicional como esta.
Jesus se entregou à morte na cruz sem exigir nada em troca, na mais pura e incondicional atitude de doação. Ele sabia que muitos nunca entenderiam isso, que muitos não levariam a sério, que muitos não dariam o menor valor ao que ele fez... mas, acima de tudo, ele se entregou por amor a todos, mesmo àqueles que não o entendessem nunca.
Eu acredito que Jesus se levantou às pressas durante uma noite fria para ajudar quem precisava, existissem bicicletas naquela época e ele teria ensinado muita criança a andar e, todos nós sabemos, ele sempre escutava com amor e carinho quem o procurava para apenas conversar.


Nilson Antônio da Silva

Os Anjos Em Nossa Vida

Deus sempre está presente na vida das pessoas que confiam em sua misericórdia e se entregam em suas mãos. Ele nunca deixa seus filhos sozinhos e abandonados, principalmente nos momentos em que passam por dificuldades e dores no corpo e na alma. Deus se faz presente dando serenidade ao coração e consolo e esperança à alma. E, ainda, se faz presente enviando pessoas que possam caminhar conosco e estar ao nosso lado nos tempos difíceis.
As pessoas que o Senhor envia são como anjos que passam a estar conosco e, caminhando ao nosso lado, são sustentação para nosso corpo cansado e coragem para nosso coração abatido. Surgem em nossa vida, ficam conosco e não sabemos de onde vieram e nem porque apareceram. Então, de repente e com a mesma discrição com que apareceram, vão-se embora e seguem sua vida. Chegam sem fazer o menor ruído e se vão sem fazer barulho. Porém, enquanto estão ao nosso lado, são como um invencível exército em nossa defesa.
Às vezes, escutam nossos lamentos com atenção e, mesmo que talvez nem compreendam o que dizemos, estão ali à nossa disposição. A disponibilidade que demonstram em nos ouvir, sem cobranças e sem críticas, é imensa e sem igual! São os ouvidos de Deus a nos escutar! Nem é preciso que falem ou nos aconselhem, pois basta que nos escutem.
Outras vezes, fazem tudo para nos proporcionar alegria e bem-estar. Com cuidado, semeiam em nosso coração esperança e serenidade. Persistentes, plantam em nossa face ao menos um pequeno e frágil sorriso.
Um belo dia, quando tudo começa a ficar melhor e as feridas começam a ser cicatrizadas, tranqüilamente estes anjos de Deus vão se distanciando. Assim, tendo pois cumprido a missão que o Senhor lhes confiara, voltam a viver suas vidas e deixam gravada em nosso peito a marca indelével de sua passagem e presença em nossa vida.
Deus, que dispõe todas as coisas para o nosso bem, age sem cessar para que a nossa vida seja plena e feliz. Portanto, é mais do que necessário que façamos de nossa vida um louvor agradável e sincero ao nosso Senhor e Deus. O amor de Deus para conosco é incondicional e, assim, seja a nossa vida um ato de entrega e de amor verdadeiro a Deus.
Da mesma maneira como os anjos louvam e adoram a Deus dia e noite, devemos também nós louvar e adorar ao nosso Criador e Senhor em todos os momentos de nossa vida.

Nilson Antônio da Silva

Deus É Silêncio



Muitos são os sinais que, ao longo do tempo, o Senhor nos dá mostrando a sua ação em nossa vida. Ele age de modo silencioso, sem fazer espetáculo e, por isso, precisamos aprender a como perceber os pequenos sinais de sua presença em nosso cotidiano. Precisamos ter o coração aberto e humilde para que, assim, possamos enxergar o quanto o Senhor faz maravilhas em nossa vida. Precisamos abrir mão de nossos projetos egoístas, os quais não permitimos que sejam conduzidos pela vontade de Deus, para que possamos compreender e ver como são grandes e belas as obras que o Senhor opera em nossa vida. Somente tendo o coração voltado para Deus, é possível entender e também proclamar, como Maria, que “o Senhor fez maravilhas em mim”!
Deus é silêncio e age em silêncio. É no mais íntimo e silencioso recanto da alma que o Senhor dá a conhecer a sua vontade. Deus não fica o tempo todo trovejando do alto das nuvens a nos dizer o que deseja que façamos. Por isso, precisamos aprender a ouvir o que Ele nos diz no silêncio. Precisamos aprender a amar o silêncio da mesma forma que o Senhor ama o silêncio.
No silêncio daquela madrugada do terceiro dia, Jesus ressuscitou; no silêncio de seu coração, Maria guardou todos os acontecimentos que se passaram com ela e com o Senhor; no silêncio do deserto, os profetas escutaram a palavra de Deus; no silêncio das prisões, os mártires entregaram suas vidas nas mãos de Cristo; no silêncio do mundo, os santos se puseram nas mãos de Deus e nele depositaram sua confiança.
A presença de Deus se faz nos corações que buscam a paz e a harmonia, a tranqüilidade e o silêncio. A ação de Deus se manifesta nas pessoas que promovem a paz e espalham o perdão. A obra de Deus inunda e transforma o mundo quando as pessoas percebem e colaboram com o Senhor em seu agir silencioso e onipotente.
Nilson Antônio da Silva,

O Corpo de Cristo


“No santíssimo sacramento da eucaristia estão ‘contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo’’”. Com estas palavras, o Catecismo da Igreja Católica (§ 1374), fazendo eco ao Concílio de Trento, afirma uma das mais belas e importantes verdades de nossa fé: Cristo, Deus e Homem, torna-se presente por completo. Essa “presença começa no momento da consagração e dura enquanto subsistirem as espécies eucarísticas”, isto é, o pão e o vinho. Em cada uma delas e por inteiro em cada uma das partes, Cristo está presente. Ele não se divide ao fracionar o pão. Foi desta maneira única que Cristo quis permanecer visivelmente em sua Igreja.
Entregando na cruz sua vida para nossa salvação, quis ainda permanecer conosco de modo que pudéssemos contemplá-lo com nossos sentidos. E esta sua presença somente podemos descobrir com fé, que Deus mesmo concede. Na pequenez do pão saído do grão de trigo e do vinho, ambos frutos da mão do homem, Jesus escolheu estar conosco. É Deus mesmo que, por sua graça, transforma o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo, quando o sacerdote, que é figura de Cristo, pronuncia as palavras “Isto é o meu corpo... isto é o meu sangue...” Desta forma, não é o homem que faz com que o pão e o vinho oferecidos se tornem o Corpo e o Sangue de Cristo, mas o próprio Cristo que faz, Ele que se ofereceu por nós na cruz. Portanto, receber dignamente o Cristo na eucaristia, deve ser para nós a maior alegria e mais honrado dom. Por tudo isto, a eucaristia é o coração da vida da Igreja e o seu ponto máximo.
A celebração da eucaristia, em que Cristo derrama as graças da salvação sobre a Igreja, comporta a proclamação da Palavra de Deus, a ação de graças a Deus Pai, a consagração do pão e do vinho e a participação no banquete litúrgico pela recepção do Corpo e Sangue do Senhor.A eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, é Cristo mesmo, sacerdote eterno da Nova Aliança, e é esse mesmo Cristo realmente presente. Sendo sacrifício, a eucaristia é oferecida em reparação dos pecados dos vivos e defuntos e também para obter de Deus benefícios temporais ou espirituais.
A comunhão perdoa pecados veniais e preserva de pecados graves, uma vez que aumenta a união do comungante com o Senhor.

Nilson Antônio da Silva, 09 de Maio de 2004


Fonte Consultada:
Catecismo da Igreja Católica, Edição Típica Vaticana, Edições Loyola

Assim Quis o Senhor


Muitas e muitas vezes, no decorrer de nossa vida, a esperança parece ter nos abandonado e nos largado na mais fria e desoladora solidão. Os dias se tornam frios e as noites intermináveis. Todas as pessoas de nossa convivência parecem distantes e incapazes de nos acolher e compreender. O coração sente a dor de tudo isso e a alma se encolhe no mais profundo de nosso ser, buscando aí segurança e apoio. Momentos assim todos os seres humanos experimentam, sem exceção e sem diferenças. O próprio Senhor Jesus experimentou esta dor no Jardim do Getsêmani. Maria também passou pela dor de abandono e solidão aos pés da cruz e, ainda, todos os santos e santas experimentaram momentos de intenso sofrimento interior. Esses momentos fazem parte da natureza humana e não há como fugir deles ou enganá-los. Diante desses momentos, podemos nos revoltar contra tudo e acusarmos Deus de tê-los causado ou, então, podemos aceitá-los e vivenciá-los confiando que Deus nunca nos abandonará. É uma escolha. Difícil, mas é uma escolha.
Contudo, o mais importante é compreender que tudo que acontece em nossa vida é porque o Senhor permite que aconteça. Nada que acontece no mundo se faz sem a permissão de Deus. Deus criou o mundo bom e tudo que existe é bom porque Deus o fez bom. Ora, a dor e o sofrimento não foram criados por Deus, mas existem devido à desordem causada pela própria vontade do ser humano.
Precisamos entender que tudo que acontece em nossa vida, seja bom ou não, é porque assim quis o Senhor. Precisamos aprender a confiar na vontade de Deus, que dispõe todas as coisas da maneira certa, mesmo que não consigamos compreender o porquê. Temos que esquecer nossa mania de querer achar explicação para tudo. Temos que aprender a guardar todas as coisas no mais íntimo de nosso coração, do mesmo modo como Maria fez. Ela se entregou à vontade de Deus e confiou plenamente Nele. E todos nós devemos fazer como ela fez. Precisamos nos entregar à vontade de Deus e confiarmos que Ele tudo dispõe para, de algum modo que talvez nunca entendamos, alcançarmos a vida eterna.
A partir do momento que conseguimos entender que tudo que Deus faz é bom e que nós, com nossas próprias forças, somos incapazes de superar a dor e aceitamos que somente o Senhor pode curar todo o sofrimento de nossa alma, então estamos nos colocando no caminho de Jesus. Passamos a confiar na onipotência de Deus e aceitamos nossa insignificância de ser humano. E, com isso, o Senhor estende sua mão e nos ampara, para nos arrancar de nossa frágil humildade e encher nosso coração com seu amor e sua ternura.
Deus quer que sejamos felizes! Esta é a maior verdade que há e Deus comprovou isto ao entregar seu Filho à cruz somente para que pudéssemos voltar aos seus braços e viver em sua graça.
Nilson Antônio da Silva

Santíssima Mãe de Deus



“Doravante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada!”
Pela graça de Deus, hoje eu proclamo que tu és bem-aventurada, ó Mãe do meu Senhor! E dou graças ao Senhor por ter me concedido a felicidade de pertencer ao número de teus filhos, ó Santíssima Mãe de Deus!
Passava eu por noite tempestuosa, em que as trevas e o furor devastavam minha alma e a dor e o desespero caminhavam ao meu lado. Meu coração era dilacerado sem parar e as lágrimas alimentavam os meus dias. Os dias transcorriam terríveis, os meses eram torturantes e as horas, verdadeiros flagelos a arrancar a carne.
Mas, pela graça do Senhor meu Deus e com sua misericórdia sem fim, a cada noite eu suplicava a ti, ó Mãe de Deus, que rogasse a teu Filho Jesus por mim e por todos que sofriam no corpo e na alma. E tu te compadeceste e, por causa de teu pedido, o Senhor operou um milagre imenso em minha vida. Ele sempre ouve tuas súplicas, assim como em Caná da Galiléia.
Tu estás tão próxima de Deus, ó Senhora, e também tão próxima de nós! Conheces a dor e o sofrimento, a miséria e a fragilidade dos filhos de Eva. Conheces as noites intermináveis que tantos passam e os espinhos nos corações humanos. Tu és solidária conosco em nossa caminhada e, por estares ao lado do Senhor Jesus, podes continuamente pedir-Lhe que dê força aos nossos passos, ânimo aos nossos corações e salvação às nossas almas.
Felizes são as pessoas que se colocam sob teus cuidados e se confiam à tua proteção infalível, ó Santíssima Virgem!
Felizes são as pessoas que proclamam ao mundo inteiro que tu és bendita, ó Mãe de Deus!
Felizes são as pessoas que buscam compreender a tua simplicidade e a tua humildade de serva de Deus e de mãe de Deus!
Felizes são as pessoas que reconhecem a tua imensa importância diante do Senhor, que tanto se agrada em nos ver te proclamando “cheia de graça e bendita entre as mulheres”!
Todos os santos sempre foram cheios de amor para contigo e os anjos a saúdam e a bendizem e, também nós felizes seremos ao cumprir esta magnífica profecia e proclamar que tu és bendita, ó Maria, Mãe de Deus e Senhora nossa!


Nilson Antônio da Silva

A Paz



“Deus se chama rei da paz. É por isso que cada um deve desejar a paz com o próximo. Deus não a concede senão aos que a concedem de bom coração aos outros.”
Estas palavras são do século XIII, ditas por Santo Ambrósio de Sena, numa época difícil em que a Igreja sofria dolorosamente as conseqüências dos pecados e vaidades dos homens. Era um tempo em que os cristãos do oriente e do ocidente já não conseguiam se entender e, em Roma, a cátedra de Pedro era escandalosamente disputada pelos poderosos de então. Com tudo isso acontecendo, a Igreja sofria e chorava amargamente vendo seus filhos praticarem tais atos e mais ainda ao ver muitos fiéis desnorteados em meio a tanta discórdia.
Mas o Senhor, fiel a suas promessas, suscitava santos e santas que dia e noite batalhavam pela paz, unidade e comunhão da Igreja. Pregavam ao povo que Deus quer o perdão e o diálogo, pois é assim que se comprova a autenticidade dos valores evangélicos e se alcança a paz. Ora, os corações são conquistados com palavras serenas e sinceras, às vezes duras se for preciso, mas nunca com gritos e ofensas. Os corações são conquistados com a verdade e com o amor, nunca com falsidades e com disputas. E Santa Catarina de Sena, São Francisco de Assis, Santo Antônio e tantos outros que viveram naqueles dias compreendiam bem o que significavam estes valores da fé cristã e exortavam o rebanho e os pastores que voltassem seus corações para Jesus Cristo e abrissem suas mentes para entender a santidade dos evangelhos.
Viver em paz com o próximo é fazer a vontade de Deus. Conviver com as dificuldades e incompreensões cotidianas, em busca da paz, é assumir um compromisso com o Senhor. Todos nós precisamos de paz em nossas vidas e a Igreja, Mãe e Mestra, também precisa de paz para alcançar a unidade e a comunhão de todos os seus filhos. Todos nós, que somos o povo de Deus, recebemos do Senhor a ordem de sermos “luz do mundo e sal da terra”. O que diria o Senhor, ao ver a luz sumindo em meio às trevas do mundo e o sal sem sabor? Nós sabemos bem o que acontece com o sal que perde o sabor! Por não servir mais para nada, “é jogado fora para ser pisado pelos homens.”

Nilson Antônio da Silva

A Morada da Maldade


Existem muitas pessoas em cujos corações a maldade vai rondando e fazendo morada. Às vezes, nem percebem que seu coração encheu-se de trevas e de egoísmo, tornando-se terreno fecundo para o mal se desenvolver e gerar seus frutos imprestáveis. Então, começam a passar seus dias maquinando a destruição do seu próximo, manipulando acontecimentos e pessoas em busca de proveito próprio, usando artifícios de chantagem para obter de outros a satisfação de suas vontades e, enfim, buscando na mentira e em sua própria maldade a aniquilação e a desgraça de quem estiver em seu caminho. Encontram sua satisfação quando conseguem ver seu próximo atirado na mais suja sarjeta, pois era esse o seu objetivo maior. Ficam satisfeitas em negar compreensão e perdão ao seu próximo, pois consideram que ninguém merece misericórdia. Ficam satisfeitas em condenar o seu próximo e alegram-se com a dor que aniquila quem estiver em sua frente. São pessoas cujo coração encheu-se do mais destilado egoísmo e da mais pura hipocrisia. Tornam-se mestras em negar o perdão e em induzir outros a também não perdoar. São pessoas que se apresentam com a ternura dos anjos de Deus e com a voz das crianças inocentes. Por isso, causam tanta destruição. Quem não confiaria em uma pessoa repleta da inocência e da pureza das crianças? Quem não estenderia a mão a alguém assim num momento de desespero? Porém, têm o coração cheio de podridão e a alma mergulhada na lama.
Mas, acima de tudo, é preciso lembrar que pessoas desse tipo nunca terão a bênção de Deus em seus caminhos. Como poderão alcançar a bênção se agem de acordo com o inimigo do Senhor? Por causa de suas maldades, fecham-se à graça de Deus e às suas bênçãos. Por causa de seus atos causadores de dor e sofrimento ao próximo, põem-se infinitamente distantes do Senhor. Com seus atos, impedem que a graça de Deus floresça em suas vidas e viram as costas à misericórdia divina. E de nada adianta jurar diante até mesmo do próprio papa que vai fazer o bem se continua a praticar a maldade contra o próximo!
Toda atitude ou omissão que prejudica o próximo brada a Deus por justiça e o Senhor escuta os gemidos de seus filhos, mesmo sabendo de suas fraquezas e limitações, quando estes buscam refúgio e proteção nele. Deus é misericordioso e justo e não quer que nenhum de seus filhos se perca. Por isso, sempre perdoa e compreende as fraquezas de quem confia em seu amor infinito. Mas, desta mesma forma, ele quer que também seus filhos sejam misericordiosos uns com os outros e perdoem-se mutuamente e, principalmente, busquem fazer a sua vontade acima de tudo e em tudo.
Deus é bom e ama o pecador, mas não ama o pecado. Deus é bom e abre os braços a quem busca sua proteção, mas não colabora com aqueles que praticam a maldade.
Nilson Antônio da Silva, Existem muitas pessoas em cujos corações a maldade vai rondando e fazendo morada. Às vezes, nem percebem que seu coração encheu-se de trevas e de egoísmo, tornando-se terreno fecundo para o mal se desenvolver e gerar seus frutos imprestáveis. Então, começam a passar seus dias maquinando a destruição do seu próximo, manipulando acontecimentos e pessoas em busca de proveito próprio, usando artifícios de chantagem para obter de outros a satisfação de suas vontades e, enfim, buscando na mentira e em sua própria maldade a aniquilação e a desgraça de quem estiver em seu caminho. Encontram sua satisfação quando conseguem ver seu próximo atirado na mais suja sarjeta, pois era esse o seu objetivo maior. Ficam satisfeitas em negar compreensão e perdão ao seu próximo, pois consideram que ninguém merece misericórdia. Ficam satisfeitas em condenar o seu próximo e alegram-se com a dor que aniquila quem estiver em sua frente. São pessoas cujo coração encheu-se do mais destilado egoísmo e da mais pura hipocrisia. Tornam-se mestras em negar o perdão e em induzir outros a também não perdoar. São pessoas que se apresentam com a ternura dos anjos de Deus e com a voz das crianças inocentes. Por isso, causam tanta destruição. Quem não confiaria em uma pessoa repleta da inocência e da pureza das crianças? Quem não estenderia a mão a alguém assim num momento de desespero? Porém, têm o coração cheio de podridão e a alma mergulhada na lama.
Mas, acima de tudo, é preciso lembrar que pessoas desse tipo nunca terão a bênção de Deus em seus caminhos. Como poderão alcançar a bênção se agem de acordo com o inimigo do Senhor? Por causa de suas maldades, fecham-se à graça de Deus e às suas bênçãos. Por causa de seus atos causadores de dor e sofrimento ao próximo, põem-se infinitamente distantes do Senhor. Com seus atos, impedem que a graça de Deus floresça em suas vidas e viram as costas à misericórdia divina. E de nada adianta jurar diante até mesmo do próprio papa que vai fazer o bem se continua a praticar a maldade contra o próximo!
Toda atitude ou omissão que prejudica o próximo brada a Deus por justiça e o Senhor escuta os gemidos de seus filhos, mesmo sabendo de suas fraquezas e limitações, quando estes buscam refúgio e proteção nele. Deus é misericordioso e justo e não quer que nenhum de seus filhos se perca. Por isso, sempre perdoa e compreende as fraquezas de quem confia em seu amor infinito. Mas, desta mesma forma, ele quer que também seus filhos sejam misericordiosos uns com os outros e perdoem-se mutuamente e, principalmente, busquem fazer a sua vontade acima de tudo e em tudo.
Deus é bom e ama o pecador, mas não ama o pecado. Deus é bom e abre os braços a quem busca sua proteção, mas não colabora com aqueles que praticam a maldade.
Nilson Antônio da Silva

quarta-feira, 30 de maio de 2007

"Jesus Começou a Chorar"


Quando eu ainda estudava, certa vez uma professora disse à classe que, entre amigo e colega, há uma enorme diferença e que, muitas vezes, acabamos vendo um amigo em quem é apenas colega, enquanto desprezamos o verdadeiro amigo. Ela estava certa!
Colegas são ótimos para fazer farra, sair e divertir. Colegas são divertidos, estão presentes o tempo todo, não incomodam! Colegas, temos muitos e muitos arranjamos todos os dias! Os amigos, porém, são complicados, nem sempre estão presentes, necessitam de compreensão, precisam incomodar-nos para que lhes digamos palavras de conforto. Temos que perder nosso precioso tempo em ouvir suas dores e mágoas enquanto poderíamos nos divertir estando com nossos colegas tão vazios e fúteis! Os amigos tanto confiam em nós que em nossas mãos põem seu coração para cuidarmos, desnudam sua alma diante de nossos olhos e repousam sua cabeça cansada em nosso ombro. E, ainda assim, não são valorizados por nós! Preferimos os colegas fúteis e vazios aos amigos sinceros e bons! Talvez seja porque colegas fúteis e vazios não são capazes de nos ferir e nem são por nós feridos. Já os amigos, precisamos perdoar e também pedir-lhes perdão. Nós os ferimos e eles nos ferem, ainda que sem intenção. Nós os magoamos, mesmo sabendo que são poucos e nem todo dia arranjamos outros novos!
Reparar um erro é difícil, reconstruir uma amizade é difícil, agüentar a dor de um arrependimento é difícil. É difícil encarar a verdade quando esta desmascara uma mentira! É difícil encarar a verdade quando esta nos mostra as coisas como realmente são e nos põe no caminho certo!

Nilson Antônio da Silva

terça-feira, 29 de maio de 2007

"O Amor E A Fidelidade Vieram Através de Jesus Cristo"



Existem muitas, mas muitas pessoas que desconhecem a palavra fidelidade e vivem vagando desnorteadas pela vida e pelo mundo, como se nunca houvesse um ontem e um amanhã. Ficam presas em um presente fútil e inconseqüente, incapazes de enxergar a própria alma e sentir a existência daqueles que as cercam. Amam e odeiam como se fossem senhores da verdade; estimam e desprezam como se fossem juízes da verdade; ordenam e exigem como se fossem absolutas, a quem o mundo irrebelavelmente deve servir.
Traem os outros sem saber que antes traem a si mesmas e, às vezes, ainda se sentem traídas por aqueles a quem traíram.
Passam a vida toda sem crer em nada, porque crêem em coisas inexistentes criadas por elas mesmas, perdidas em um deserto estéril onde sequer animam-se a erguer os olhos e olhar para o horizonte.
Vivem seus dias amando e odiando, estimando e desprezando, mandando e exigindo como se fossem viver para sempre, sem fazer a mínima idéia da preciosidade de cada segundo da vida. Dão-se ao luxo de gastar meses, às vezes anos e anos, odiando e desprezando, em vez de estimar e ao menos ser gentil. É claro que amar verdadeiramente é algo que se constrói com ardor e lentidão, envolve sorrisos e lágrimas, necessita compreensão e total doação. Por isso, disse que se deve ao menos ser gentil! Não se trata de uma gentileza aparente, que venha para dissimular outros sentimentos e que no fim acaba se tornando pior do que odiar ou desprezar. Trata-se da manifestação sincera do empenho em querer amar.
A fidelidade aos bons princípios pessoais de cada um, levando-se sempre em conta cada ato passado e avaliando conscientemente as conseqüências de um ato presente para o futuro, é fundamental para a vida e para que, durante esta, possa existir harmonia e paz no convívio social, e haja tranqüilidade e serenidade no coração. Nunca devemos ter a presunção de pensar que nossos atos não trarão conseqüências às pessoas com as quais convivemos. Quem assim pensar, estará agindo com ignorância.
A fidelidade a Deus, a fidelidade à vida, a fidelidade a quem nos ama, sejam amigos e familiares, e sobretudo a fidelidade ao próprio coração, é o que garante uma vida feliz e próspera. A fidelidade aos bons e verdadeiros sentimentos do coração é fidelidade a Deus, pois Ele habita em nós e dá-nos vida, porque Ele é a Vida plena, absoluta, abundante, infinita e eterna!

Nilson Antônio da Silva

sábado, 26 de maio de 2007

"Vai e Não Peques Mais"




O que leva uma pessoa a endurecer tanto o seu coração? O que leva uma pessoa a não ser capaz de perdoar, mesmo que o perdão seja implorado em meio a lágrimas e na mais pura sinceridade. Será orgulho, arrogância?
O orgulho pode endurecer um coração, cegar os olhos de uma alma cheia de humildade e de bondade. Palavras distorcidas podem manipular um coração puro e conduzi-lo rumo às trevas, enquanto vão cantando coisas agradáveis ao ouvido. É dessa maneira que o mal vai corroendo e fazendo morada nos corações humanos.
Não existe perdão quando se diz: eu perdôo você, mas não lhe dou uma oportunidade nova, pois você vai errar sempre. Não existe perdão quando a indiferença toma conta dos sentimentos de uma pessoa. Só é concretizado o perdão quando há acolhimento e se crê na sinceridade de quem pede para ser perdoado.
Como alguém pode condenar o outro por um erro cometido quando este mesmo erro é confessado e o perdão é implorado? Como é possível a fraqueza de outro ser condenada e não ser compreendida? Todos nós fraquejamos e caímos, todos nós temos nossos defeitos e dores. Mas isto não é motivo para sermos exterminados num holocausto nazista. Somos santos e pecadores, pois Deus nos fez santos, mas ele também sabe que somos fracos e muitas e muitas vezes pecamos contra ele e contra nosso próximo. E ele sempre nos perdoa e tem misericórdia de nossa fraqueza. E quer que ajamos dessa mesma forma com nossos semelhantes. A palavra de Deus é clara quando diz “perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos ofendeu”.
Nem Deus, criador e senhor de todas as coisas, condena simplesmente um pecador e nega-lhe uma nova oportunidade. Nem Deus faz isto... Pedro negou o Cristo, e o mesmo Senhor o perdoou e o acolheu; a mulher pecadora chorou dolorosamente aos pés do Senhor e ele a acolheu e perdoou; todos os amigos e discípulos do Senhor o abandonaram e mesmo assim ele os perdoou e os acolheu. Ele compreendeu suas fraquezas e suas limitações. A prostituta demonstrou muito amor aos pés do Senhor e ele a perdoou e acolheu. Imagine quanta dor ela sentiria se ouvisse o Senhor dizendo: você está perdoada, mas não se aproxime de mim pois você é uma prostituta e sua companhia me causa vergonha. E também não acredito que você deixará de ser uma prostituta porque, pode ser que seja daqui a um mês ou daqui a um ano, um dia você voltará a fazer a mesma coisa. Deus perdoa a todos os pecados, exceto o pecado contra o Espírito Santo. Ora, não são então todos os pecados cometidos contra o próximo perdoados? Negar o perdão ao próximo é como colocar-se acima de Deus e agir assim é errado. É o que a Igreja ensina por que aprendeu isto do Senhor Jesus.
Todos nós somos nada e nada valemos. A nossa vida é muito curta. E dói muito quando se pede perdão a um amigo e este perdão é negado. Só o Senhor sabe o quanto o coração fica esmagado e a alma fica dilacerada!
Nilson Antônio da Silva

sábado, 19 de maio de 2007

"Senhor, Quantas Vezes Devo Perdoar?"


Deus é misericórdia e compaixão, é compreensivo e não se lembra de nossos erros e faltas que cometemos sem cessar. É o Senhor que ouve nossas súplicas e tem compaixão quando pedimos seu perdão. E, desse modo, ele espera e deseja que nós também sejamos misericordiosos e tenhamos compaixão de quem comete erros contra nós e possamos perdoar e esquecer esses erros.
Deus é cheio de amor e compreensão para conosco e quer que nós também sejamos cheios de amor e compreensão com todas as pessoas que estão presentes em nossa vida. Deus quer que perdoemos e esqueçamos o erro cometido contra nós, pois é assim que ele age.
Não existe perdão quando alguém diz “eu perdôo”, mas continua agindo com indiferença e desprezo com quem lhe implorou por esse perdão. Ora, perdoar quer dizer esquecer tudo que aconteceu antes e conceder de coração uma nova oportunidade para a pessoa perdoada. É da vontade de Deus perdoar sempre e nunca deixar de perdoar.
É muito doloroso pedir perdão a alguém por um erro cometido e não ser perdoado. Ou, o que é pior, ser simplesmente ignorado, afastado e lançado na prisão. É uma dor imensa! O coração se sente esmagado e agoniza terrivelmente. E só Deus sabe o quão grande é o sofrimento!
Imagine que, toda vez que fôssemos diante de Deus pedir-lhe perdão, ele simplesmente dissesse cheio de indiferença: “não tenho nada que lhe perdoar, não tenho que lhe dar atenção, não tenho mais tempo para você, você vai continuar cometendo o mesmo erro sempre, não me interessa mais ter você próximo de mim, isso é problema seu!” No entanto, o que ele diz é apenas isso: “você está perdoado, venha até mim, é uma grande alegria ter você de volta aqui comigo!”
Deus quer que tenhamos um coração sem orgulho, capaz de perdoar e compreender.Deus é misericórdia e compaixão, é compreensivo e não se lembra de nossos erros e faltas que cometemos sem cessar. É o Senhor que ouve nossas súplicas e tem compaixão quando pedimos seu perdão. E, desse modo, ele espera e deseja que nós também sejamos misericordiosos e tenhamos compaixão de quem comete erros contra nós e possamos perdoar e esquecer esses erros.
Deus é cheio de amor e compreensão para conosco e quer que nós também sejamos cheios de amor e compreensão com todas as pessoas que estão presentes em nossa vida. Deus quer que perdoemos e esqueçamos o erro cometido contra nós, pois é assim que ele age.
Não existe perdão quando alguém diz “eu perdôo”, mas continua agindo com indiferença e desprezo com quem lhe implorou por esse perdão. Ora, perdoar quer dizer esquecer tudo que aconteceu antes e conceder de coração uma nova oportunidade para a pessoa perdoada. É da vontade de Deus perdoar sempre e nunca deixar de perdoar.
É muito doloroso pedir perdão a alguém por um erro cometido e não ser perdoado. Ou, o que é pior, ser simplesmente ignorado, afastado e lançado na prisão. É uma dor imensa! O coração se sente esmagado e agoniza terrivelmente. E só Deus sabe o quão grande é o sofrimento!
Imagine que, toda vez que fôssemos diante de Deus pedir-lhe perdão, ele simplesmente dissesse cheio de indiferença: “não tenho nada que lhe perdoar, não tenho que lhe dar atenção, não tenho mais tempo para você, você vai continuar cometendo o mesmo erro sempre, não me interessa mais ter você próximo de mim, isso é problema seu!” No entanto, o que ele diz é apenas isso: “você está perdoado, venha até mim, é uma grande alegria ter você de volta aqui comigo!”
Deus quer que tenhamos um coração sem orgulho, capaz de perdoar e compreender.


Nilson Antônio da Silva

sábado, 12 de maio de 2007

Farei de Vós Pescadores de Homens




O que é ser pescador? O que é lançar-se ao mar desconhecido ou pairar sobre as águas mansas de um rio? Ora, não conhecemos o mar. Estamos em Minas! Mais, estamos em Santo Antônio do Monte: não temos um grande rio de águas mansas!
Mesmo assim, a imagem do pescador nos cativa. Barcos e redes nos são familiares! Deus concedeu que a pequenina imagem de Nossa Senhora da Conceição fosse tirada de um rio pela rede de alguns pescadores! Mais, Cristo chamou alguns homens simples, porém fiéis, prometendo-lhes que faria deles “pescadores de homens”.
Ter barcos e redes é o fundamental para poder lançar-se ao mar ou ir ao meio do rio para, então, pescar. Pode-se pescar na beira do rio ou mesmo na praia mas, todo pescador sabe, os melhores peixes encontra-se em águas mais distantes da margem.
Ter barcos e redes é o fundamental para se pescar, porém, barcos e redes não se lançam às águas por si só. É preciso, e tão importante quanto os barcos e redes, que haja pescadores com coragem para subir ao barco.
Um pescador é fiel ao seu ofício, acorda cedo, prepara tudo e acredita naquilo que faz. Ele assume e ama o que faz. A isso dedica sua vida: alegra-se seu rosto sendo farta a pescaria e entristece-se seu olhar quando as redes são puxadas vazias.
Deus chama cada pessoa a uma missão única desde o nascimento e é de seu agrado que essa missão seja assumida com compromisso, fidelidade e amor.
Deus alegra-se com cada pessoa que se compromete a seguir suas palavras, vivendo-as no cotidiano com entrega e confiança.
Deus alegra-se com cada pessoa que volta seu coração para ele, sendo-lhe fiel nos pequenos afazeres, nas palavras simples do dia-a-dia, na oração sincera que somente ele escuta no mais íntimo da alma.
Jesus é a mais verdadeira doação, a expressão perfeita do amor puro e eterno, que se entregou totalmente por amor ao ser humano, desde o princípio “cheio de amor e fidelidade”.
Ele chama, aproxima-se e chama! Quer que estejamos próximos dele porque é “cheio de amor”. Ele chama e, “cheio de amor”, diz a um: Quero que constituas uma família e vivas feliz! A outro, diz: Quero que venhas e sigas-me! Para alguém, diz: Vai cuidar das feridas dos teus irmãos! Ou ainda: Oferece tuas forças na luta em prol da justiça.
Jesus chama e a cada um mostra o caminho que conduz ao Pai.


Nilson Antônio da Silva

terça-feira, 8 de maio de 2007

Ide Também Vós Para a Minha Vinha





Cansaço, desânimo, tristeza... quantas vezes nossos pés não conseguem mais seguir adiante, nossos olhos não conseguem mais olhar para o horizonte, nossas palavras se perdem, nossa alma se sente profundamente abatida e sozinha... E tudo aquilo em que acreditamos e porque lutamos parece ter se perdido e se dissipado como neblina ao calor do sol matinal. Sentimo-nos sós em um caminho que parece se perder em tantas e tantas curvas e não chegar a lugar nenhum... É como se perdêssemos nossos ideais e não nos lembrássemos mais de nossos sonhos! Nessas horas, vem a dúvida nos fazer companhia. Onde está a certeza de que Deus permanece conosco?
Não adianta querer uma resposta pronta. A certeza de que Deus permanece conosco nos amparando nasce do mais íntimo da alma e fecunda o coração. Essa certeza vem de Deus e inunda nosso ser por inteiro. Não parte de nós mesmos! É preciso ser ansioso em querer tê-la, porém paciente em aguardar que o Senhor a conceda.
Quando o Senhor chegou na praça dizendo “Ide também vós para a minha vinha!” não disse que não haveria cansaço nem desânimo. Para que as uvas sejam colhidas e as videiras sejam cultivadas, é preciso muito trabalho e muita disposição. As uvas não saltam dos ramos para dentro dos cestos. É preciso que as mãos fiquem calejadas ao arrancá-las e transportá-las, ao amassá-las e transformá-las em vinho.
Todo aquele que se levanta da praça e vai para a vinha, já sabe de antemão que o sol vai brilhar forte e queimar, que pode haver chuva fria, que existem insetos e mosquitos o tempo todo incomodando, que há muito peso que carregar, que há muito chão que caminhar... Mas sabe também que a vinha precisa de seu suor, que seu trabalho será útil para muitas outras pessoas, que depende de seu esforço a existência do vinho!
Talvez a imagem da vinha não nos seja tão familiar, mas tinha um significado imenso para o povo judeu. E eles compreendiam perfeitamente o profundo significado das palavras do Senhor ao contar-lhes essa parábola. O cultivo da uva é uma tarefa muito delicada, que exige muita dedicação e paciência. Não é a mesma coisa que lançar sementes de abóbora no mato e esperar que a natureza faça o resto. Cultivar uvas exige do vinicultor que ele praticamente abra mão de todas as outras colheitas para cuidar apenas das videiras.
E trabalhar na vinha do Senhor quer dizer apenas isto: abrir mão de praticamente tudo para se entregar somente a este trabalho! E já sabendo que muitas serão as dificuldades. Mas, acima de tudo, levando no peito a certeza de que atender ao chamado do Senhor é muito maior que uma honra; é uma graça preciosa ser escolhido por Ele para cuidar de sua vinha!
Nilson Antônio da Silva