sexta-feira, 13 de março de 2009

16 - Salomão


Salomão era filho de Davi e de Betsabé e, após várias disputas políticas, subiu ao trono como sucessor de seu pai, tornando-se o terceiro rei de Israel. Seu reinado durou quarenta anos, tendo início, aproximadamente, em 975 a.C. e terminando, aproximadamente, em 931 a.C. Pela linha de sucessão, o trono deveria ser ocupado por Adonias. Entretanto, os profetas afirmavam que o trono deveria ser ocupado por Salomão, pois fora ele o escolhido por Deus. Este fato gerou várias intrigas e conspirações na corte de Davi. E foi somente com as ações firmes empreendidas por sua mãe, pelo sacerdote Sadoc e pelo profeta Natan que o direito ao trono foi assegurado a Salomão. O próprio Davi, já idoso, aprovou Salomão como seu sucessor. Tendo se tornado rei, Salomão tratou de eliminar todos os seus adversários bem depressa para, então, poder consolidar o seu reinado. Na Antiguidade, eliminar os adversários políticos era algo bem freqüente e comum.

No décimo ano de seu reinado, ele começou a construção do Templo de Jerusalém, obra que exigiu a força de trabalho de um enorme número de israelitas durante sete anos. Quando o templo ficou pronto, Salomão convocou os principais líderes do povo e todo o povo e ordenou o translado da arca da Aliança para o templo. No dia do cortejo, que foi feito com grande pompa, em que todos os sacerdotes e levitas cantavam salmos e o povo festejava, foi imolado um imenso número de ovelhas e bois em sacrifício. A arca foi colocada no local chamado de Santo dos Santos, sendo que aí somente uma vez por ano era permitida a entrada do sumo sacerdote. O templo era muito grande e muito bonito, conforme contam as Sagradas Escrituras. Com o passar do tempo, ele se tornou o referencial maior para o povo de Israel.

Além de tudo isso, Salomão executou várias outras obras, como o palácio real e suas dependências e ainda fortificou as muralhas de Jerusalém e ergueu torres de vigia em diversos pontos. Todas essas obras demandaram elevados recursos os quais, mais tarde, iriam refletir em impostos para o povo.

Salomão se tornou conhecido por sua sabedoria, bem como por ter tido um reinado longo e pacífico. Outro ponto marcante de seu reinado foi a prosperidade que ocorreu em seus dias e as abundantes riquezas. O comércio foi impulsionado, sendo que os israelitas estabeleceram laços comerciais com diversos povos vizinhos. No Golfo de Ácaba, ele mantinha uma frota de navios comerciais muito bem equipada. Conforme narra a Escritura, os cedros utilizados na construção do templo foram importados do Líbano. Apesar de seu reinado ter sido pacífico, ele manteve seus exércitos bem equipados, principalmente com carros e cavalos de guerra.


Ao contrário de seu pai, Salomão não foi e nem precisou ser um grande líder guerreiro. A extensão territorial herdada de Davi foi mantida durante seu reinado. Assim, ele se dedicou a desenvolver as atividades comerciais e também industriais e a melhorar o sistema administrativo, bem como estabelecer e fortalecer as relações diplomáticas com os povos vizinhos. Foi uma dessas alianças políticas que o levou a se casar com a filha do faraó.

No Livro de Reis, é mencionado que ele possuía setecentas mulheres e trezentas concubinas. Naqueles tempos antigos, e ainda mais no oriente, isso era considerado normal e aceito por todos. Por outro lado, de tempos em tempos surgia algum profeta contrário a essas práticas e as condenavam veementemente. E foi devido a esses excessos, os quais conduziram o rei a práticas de idolatria que, já no fim de sua vida, Deus falou-lhe que seu reino seria dividido. E assim aconteceu.

Ao longo dos séculos, várias histórias lendárias sobre a vida de Salomão foram surgindo e sendo contadas pelo povo através das gerações. De todas elas, uma das mais conhecidas é a que narra como o sábio rei julgou a disputa de uma criança por duas mulheres que afirmavam cada uma ser a verdadeira mãe do bebê. Ele ordenou que a criança fosse partida ao meio e cada metade fosse entregue a cada uma das mulheres. Ao ouvir isso, uma mulher gritou desesperada que ele não partisse a criança, mas que a entregasse à outra mulher. Dessa forma, a verdadeira mãe se tornou conhecida, pois somente esta seria capaz de ver seu filho entregue a outra pessoa, vivo, do que vê-lo morto. Outra história trata da visita da rainha de Sabá, um reino que existia na Arábia, a Jerusalém para conhecer a sabedoria do rei Salomão.

O ponto central da história de Salomão está no sonho que ele teve, quando o Senhor apareceu-lhe e disse: "Pede-me o que quiseres e eu te darei". A resposta de Salomão foi: "Senhor, meu Deus, fizeste-me rei, a mim vosso servo! Sou ainda muito novo e inexperiente e o vosso povo é numeroso. Dai-me um coração dócil para que eu saiba governar". Então, o Senhor disse-lhe: "Não me pedes longos dias, nem riquezas, mas sabedoria para bem julgar. Vou atender o teu desejo. Dou-te sabedoria e inteligência como ninguém a teve, nem jamais terá. Dou-te também o que não me pediste: riquezas e glória. E se tu guardares os meus preceitos, como os guardou teu pai Davi, dar-te-ei longos anos de vida".

Nilson Antônio da Silva

Um comentário:

Unknown disse...

Sua intenção no artigo foi boa porém, se você crê nas Escrituras, cometeu um grande deslize no seu comentário. Você escreveu: " Ao longo dos séculos, várias histórias lendárias sobre a vida de Salomão foram surgindo e sendo contadas pelo povo através das gerações. De todas elas, uma das mais conhecidas é a que narra como o sábio rei julgou a disputa de uma criança por duas mulheres que afirmavam cada uma ser a verdadeira mãe do bebê". O fato narrado, NÃO é uma lenda, e sim um dentre vários na era Salomão, registrado em I Reis 3:16-27.