quarta-feira, 18 de março de 2009

28 - Reis - 9ª Parte

Rei Josias e Rei Manassés
O sucessor do rei Manassés foi Amon, cujo reinado durou apenas dois anos, de 642 a.C. a 640 a.C. É provável que ele tenha sido assassinado por pessoas da corte ligadas a um partido anti-assírio, as quais desejavam restabelecer a dinastia de davídica, embora Amon seja descendente de Davi. Seus servos mataram-no dentro de seu palácio, quando ele estava com a idade de vinte e quatro anos. O povo, ao saber do ocorrido, puniu os assassinos e sepultou o rei junto aos restos mortais de seu pai Manassés. Josias, filho de Amon, que era uma criança de oito anos de idade, foi colocado no trono pelo próprio povo, que desejava manter a linhagem de Davi. Provavelmente o próprio partido ligado aos camponeses que colocou Josias no trono assumiu a regência durante a minoridade do rei.

Josias reinou durante trinta e um anos em Jerusalém. Seu reinado foi marcado pelo combate à idolatria tanto em Judá quanto nas terras do sul do antigo reino de Israel. Em Jerusalém, ele reformou o templo. Durante as obras de reforma, os operários encontraram um livro contendo os capítulos do Deuteronômio. Josias considerou o achado de tal importância que fez com que fosse lido para todo o povo em uma cerimônia especial. O livro do Deuteronômio, que nascera da catequese dos levitas em meio às tribos do norte, foi transformado em Lei de Estado. Assim, Josias procurou dar nova fonte à identidade javista do povo hebreu. Ele pretendia acabar com as influências religiosas e culturais dos cananeus, assírios, fenícios, egípcios, moabitas e amonitas. No décimo oitavo ano de seu reinado, ele fez celebrar a Páscoa no dia 14 de Nisã, tendo organizado uma festa tão grande que não se via desde os tempos do profeta Samuel. Ele mesmo contribuiu com milhares de cabeças de gado e outros animais.

No final do reinado de Josias, o faraó Necao II foi lutar contra os medos e os babilônios e, para tanto, teve que atravessar os territórios israelitas. Os medos e os babilônios haviam derrotado os assírios e, assim, os egípcios viram uma oportunidade de dominar as terras da Ásia. Josias interceptou os exércitos do faraó e tentou rechaçá-los em Meguido. Durante a batalha, ele foi ferido e morreu.

Josias é o único rei que recebe elogio incondicional do hagiógrafo. Ele foi um rei que procurou eliminar a opressão e a corrupção e buscou reunificar o povo de Deus.

O sucessor de Josias foi seu filho Joacaz, que subiu ao trono aos vinte e três anos de idade. Como o Egito se tornara a potência da região e ele executou uma política contrária aos interesses dos egípcios, acabou sendo deposto e exilado pelo faraó Necao II. O seu irmão Eliacim, cujo nome foi mudado para Joaquim por Necao II, foi colocado em seu lugar pelo faraó. Joacaz foi levado como prisioneiro para o Egito e lá morreu, tendo sido o primeiro rei israelita a morrer no exílio. Os historiadores situam o seu curto reinado de apenas três meses durante o ano 609 a.C. As escrituras afirmam que ele realizou práticas idolátricas.

Nilson Antônio da Silva

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