terça-feira, 8 de maio de 2007

Ide Também Vós Para a Minha Vinha





Cansaço, desânimo, tristeza... quantas vezes nossos pés não conseguem mais seguir adiante, nossos olhos não conseguem mais olhar para o horizonte, nossas palavras se perdem, nossa alma se sente profundamente abatida e sozinha... E tudo aquilo em que acreditamos e porque lutamos parece ter se perdido e se dissipado como neblina ao calor do sol matinal. Sentimo-nos sós em um caminho que parece se perder em tantas e tantas curvas e não chegar a lugar nenhum... É como se perdêssemos nossos ideais e não nos lembrássemos mais de nossos sonhos! Nessas horas, vem a dúvida nos fazer companhia. Onde está a certeza de que Deus permanece conosco?
Não adianta querer uma resposta pronta. A certeza de que Deus permanece conosco nos amparando nasce do mais íntimo da alma e fecunda o coração. Essa certeza vem de Deus e inunda nosso ser por inteiro. Não parte de nós mesmos! É preciso ser ansioso em querer tê-la, porém paciente em aguardar que o Senhor a conceda.
Quando o Senhor chegou na praça dizendo “Ide também vós para a minha vinha!” não disse que não haveria cansaço nem desânimo. Para que as uvas sejam colhidas e as videiras sejam cultivadas, é preciso muito trabalho e muita disposição. As uvas não saltam dos ramos para dentro dos cestos. É preciso que as mãos fiquem calejadas ao arrancá-las e transportá-las, ao amassá-las e transformá-las em vinho.
Todo aquele que se levanta da praça e vai para a vinha, já sabe de antemão que o sol vai brilhar forte e queimar, que pode haver chuva fria, que existem insetos e mosquitos o tempo todo incomodando, que há muito peso que carregar, que há muito chão que caminhar... Mas sabe também que a vinha precisa de seu suor, que seu trabalho será útil para muitas outras pessoas, que depende de seu esforço a existência do vinho!
Talvez a imagem da vinha não nos seja tão familiar, mas tinha um significado imenso para o povo judeu. E eles compreendiam perfeitamente o profundo significado das palavras do Senhor ao contar-lhes essa parábola. O cultivo da uva é uma tarefa muito delicada, que exige muita dedicação e paciência. Não é a mesma coisa que lançar sementes de abóbora no mato e esperar que a natureza faça o resto. Cultivar uvas exige do vinicultor que ele praticamente abra mão de todas as outras colheitas para cuidar apenas das videiras.
E trabalhar na vinha do Senhor quer dizer apenas isto: abrir mão de praticamente tudo para se entregar somente a este trabalho! E já sabendo que muitas serão as dificuldades. Mas, acima de tudo, levando no peito a certeza de que atender ao chamado do Senhor é muito maior que uma honra; é uma graça preciosa ser escolhido por Ele para cuidar de sua vinha!
Nilson Antônio da Silva

2 comentários:

Elias disse...

E ai Nilson! Parabéns pelos seus belos textos cheios de espiritualidade e luz! Abraço

Anônimo disse...

Texto muito interessante para este momento. É um dos melhores que você escreveu, Nilson. Gosto muito dele. Ainda bem que há muitas vinhas - ou que a vinha é bem vasta.