quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Pecado Ecológico


A criação toda é uma obra maravilhosa de Deus, perfeita e bela pois reflete em si a perfeição e a beleza do Criador. O universo inteiro, em sua diversidade e grandiosidade, reflete a glória de Deus. Os céus inundados de estrelas e galáxias, os oceanos profundos e cheios de vida, as montanhas e florestas repletas de seres dos mais diversos, enfim, o planeta inteiro glorifica ao seu Criador com sua existência.

Ora, se tudo isso é obra de Deus e foi feito por Deus para coexistir em harmonia e ser um reflexo de sua glória, quando se quebra essa harmonia se está ofendendo a glória e a santidade do Senhor. Mas como ofender o que é infinitamente glorioso e santo? Como pode o homem ofender a glória infinita de Deus? Como pode o homem ofender a santidade infinita de Deus?

A ofensa à glória e à santidade de Deus se dá quando o homem destrói voluntariamente e com plena consciência do que faz a obra criada pelo Senhor Deus. A ofensa se dá não porque Deus possa ser destruído, mas porque o homem destrói o que foi criado por Deus. O homem nada é, nada cria, nada pode. Então, não tem o direito de destruir a obra da qual não é o criador. Mais ainda, o próprio homem é criatura – feito filho de Deus pela graça e misericórdia do próprio Deus – que foi feita para viver em harmonia com toda a criação.

Muitas são as maneiras de se destruir a criação de Deus. As mais graves, pois são irreversíveis, vão desde a destruição da vida no ventre materno à completa extinção de plantas e animais. São absolutamente graves uma vez que, ao serem destruídas, não há como trazê-las de volta. Perdem-se para sempre e o homem não tem como recuperá-las.

Observe este exemplo simples que bem ilustra o desperdício causando destruição à obra de Deus. Um homem resolveu reformar sua casa. Trocou pisos, portas e janelas e pintou as paredes. Quando tudo estava terminado, decidiu trocar os seus cento e vinte móveis. E decidiu fazer isso mesmo vendo que os seus cento e vinte móveis estavam bons para uso, sem quebrados ou carunchados. Ora, todos os seus móveis eram de madeira – que um dia haviam sido árvores cuja utilidade ainda podia ser plenamente gozada – e os novos cento e vinte móveis também seriam de árvores. Para fazer cento e vinte móveis de madeira, quantas árvores devem ser derrubadas? Quantas árvores devem ser destruídas? Dezenas, sem dúvida.

Se estes cento e vinte móveis novos forem feitos de pinho ou de eucalipto, que é madeira de reflorestamento, ainda é aceitável. Mas, normalmente móveis são feitos de madeira nativa! Assim, quantas árvores custarão esses cento e vinte móveis novos que o homem resolveu substituir os que ainda estavam em bom uso em sua casa? Quanta chuva descerá torrencial no terreno sem as árvores e, quem sabe, alagará casas e plantações? Quantos pequenos animais morrerão quando as árvores em que vivem forem arrancadas? O preço é a destruição da obra de Deus!

Poderia o homem argumentar que os móveis antigos seriam doados para uma casa mais simples. Doados? E desde quando isto justifica a troca? E se os móveis estão velhos, porque vão ser doados? Ora, o que não serve mais para alguém também não serve para outro. Acaso o que vai receber a doação é pior do que aquele que doa e merece somente o que não serve mais para o doador? Nem é preciso entrar em detalhes sobre este ponto, pois o Senhor Jesus já deixou bem claro sobre isso. Basta ler em sua Palavra!

Portanto, Deus ficará feliz ao ver sua obra sendo destruída deliberadamente? O mundo inteiro, melhor dizendo, o universo é a casa de Deus. Assim, o Senhor fica muito mais feliz vendo o homem respeitar e cuidar da natureza do que ao ver sua obra destruída para encher uma casa com cento e vinte móveis sem necessidade!

Enfim, não seria este ato de destruição de árvores e seu microcosmo um pecado ecológico?

Nilson Antônio da Silva

Um comentário:

A partir de uma palavra disse...

Com certeza Nilson, não valorizar o planeta é ignorar a arte e o amor da construção divina. Dentro do pecado ecológico pode-se destacar também o pecado da ganância, egoísmo e ambição, afinal, um dos grandes fatores que encorajam a devastação do mundo é o capitalismo desenfreado.