quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A Maior de Todas as Histórias de Amor


"Antes que Eu criasse o mundo e todas as coisas, Eu já pensava em você… Eu já o conhecia pelo nome e desejava que você viesse ao banquete da vida. Queria que você participasse da Minha Vida e des­frutasse de toda a riqueza da Minha divindade… Foi por isso que Eu o criei. Eu o teci no ventre de sua mãe, cuidadosamente, e o amei com amor eterno. Eu o fiz à Minha semelhança para que você pudesse compartilhar Comigo de todos os Meus bens inefáveis. Dei-lhe faculdades e potências que não coloquei em nenhum dos outros seres criados: inteli­gência, vontade, memória, consciência, capacidade de amar; de sonhar; de sorrir; de chorar, de cantar; de falar… Não sei se você já percebeu que você é o único ser vivo capaz de sorrir, abraçar e derramar lágrimas de emoção diante da dor e do belo. Como Eu fiz você belo!

As pedras não sonham como você, as árvores não falam como você e os animais não podem sorrir e cantar como você. Só a você Eu permiti que fosse assim tão cheio de dons, porque só você foi feito à Minha Imagem.

Eu o fiz para Mim. Eu o fiz para viver Comigo sempre, na terra e no céu. Eu sou o Seu Senhor. Você é Meu. Sou louco de amor por você e não aceito perdê-lo de forma alguma, porque você é Minha criatura predileta, Minha glória sobre a terra, Minha maior honra. Eu o amei tanto que quis lhe dar o maior dom: a liberdade. Meu amor por você exigia que Eu o fizesse livre, capaz de decidir pela inteligência, e não escravo dos instintos como os animais irracionais. O amor exige que se dê a liberda­de! Eu sabia que você poderia usar mal desta liberdade. Eu sabia, sim, que você poderia até Me rejeitar, Me abandonar e não querer ouvir a Minha voz e nem ouvir os Meus conselhos… e até me virar as costas. Mas, se Eu não lhe desse a liberdade, você não seria Minha Imagem; seria apenas como um robô ou como uma marionete. Por isso Eu o fiz livre. Não quis você limitado e frio como um computador ou como um tele-guiado.

Na verdade, fiquei desesperado quando você Me rejeitou, Me abandonou e achou que podia ser feliz sem Mim. Fiquei angustiado quando você matou em si mesmo a vida eter­na que lhe dei, separando-se de Mim que sou a fonte da Vida. Sofri demais quando você virou-Me as costas e abandonou o céu e a Mim para sempre. Então, no Meu amor infinito por você, resolvi vir ao mundo para salvá-lo. Me fiz como você, de carne e osso. Nasci de uma santa mulher, que o Pai tinha escolhido e preparado desde a eternidade. Eu assumi a sua natureza humana e nela escondi a Minha divindade para poder falar com você e mostrar-lhe ansiosamente o Caminho da vida.

E depois, depois de lhe ter mostrado todo o Meu amor, com Minhas palavras e milagres, quis amá-lo até o extremo Sacrifício, para que você nunca duvidasse do meu amor por você. Eu Me deixei matar em seu lugar, conscien­temente, para que a Minha morte destruísse a sua, e a Minha ressurreição lhe devolvesse vida eterna junto de Mim. Nunca alguém sofreu e amou tanto quanto Eu sofri e amei você. O Cria­dor morreu por Sua criatura. Como disse uma vez ao Meu querido filho Santo Antônio: “Eu vim até você para que você pudesse voltar para Mim”. E mais ainda: Para ficar com você para sempre, Eu Me fiz pão e vinho. Sei que você não pode compreender as loucuras do meu amor por você…, mas Eu o fiz para poder ficar com você.

Quando se ama alguém, não se consegue ficar lon­ge da pessoa amada. Fiz tudo isso por você, por amor a você. Mas, infelizmente, você ainda não reconhece o Meu amor. Você ainda Me despreza e abandona. Eu lhe ofereço a Minha vida nos Evangelhos, mas você prefere outras leituras vazias… e às vezes perigosas. Eu lhe ofereço o Meu próprio Corpo imolado e Meu Sangue derramado, testemunhas do Meu amor, mas você os des­preza totalmente, dizendo: “Isso é coisa de velhos e de crianças…” Eu lhe ofereço a Minha presença viva em todos os Sacrários, mas você não acredita que estou ali…

Sabe, eu quero te confidenciar, o que mais fere o meu coração é a sua ingratidão e a sua indiferença. Você entra na Minha casa, a Igreja, e não Me olha, não Me fala, não se une a Mim… Sua desconfiança Me sangra o coração. E Eu, esperando ansiosamente, dese­jando ao menos por um minuto receber a retribuição do seu amor. Mas parece que o mundo malvado deixou você cego, surdo e mudo para Mim.

Será que o mundo matou o Meu amor em você? O que mais eu poderia ter feito por você? Não foi bastante a Minha Cruz?… O pior de tudo é que por causa disso você perdeu a paz, perdeu o sentido da vida e vive agora sem rumo, triste e sofredor, envelhecido antes da hora. Eu derramei todo o Meu sangue na cruz e morri de dor; para que os seus pecados fossem perdo­ados, mas você despreza o Meu perdão, despreza os Meus sacerdotes e o sacramento da Penitência.

Como você é ingrato Comigo! Mas Eu continuo aqui a esperá-lo; nunca Me cansarei porque você é Meu e tenho ciúme de você. Sei que um dia você virá. Quando a “mentira do mundo” cair a seus pés, você se lembrará de Mim. Então, como aquele Pai, Eu farei uma grande festa para você, pois como entendeu perfeitamente o Meu querido Agostinho de Hipona: “Eu o criei para Mim, e o seu coração vive inquieto enquanto não repousar em Mim.”

Prof. Felipe Aquino
Fonte: Blog do Professor Felipe Aquino, acessível no link

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A Graça de Deus


O refrão de uma música muito conhecida diz que “a Tua graça é maior que a vida”, Senhor! A vida é o dom maior que Deus dá ao ser humano e, ainda assim, Ele vai além e dá também a graça. E a graça de Deus é maior que a vida!

Jesus, que é Deus o qual assume a natureza humana e a leva de volta à perfeição, como fora por Ele criada em santidade e pureza, é “cheio de graça e fidelidade”. Maria é cheia de graça, como foi chamada pelo anjo. Assim, estar cheio de graça é realizar em perfeição a natureza humana, de forma que esta reconhece a si mesma plenamente humana diante de Deus e, então, Deus a torna plena e a realiza em total perfeição novamente. Dá-se, então, um laço eterno entre o Criador e a criatura, entre o Pai, que é Deus eterno e onipotente, e o filho, que é o ser humano elevado à dignidade da convivência face a face com o seu Deus e Senhor.

A graça de Deus é o que plenifica o ser humano em todos os aspectos; a graça de Deus é o que faz o ser humano realmente ser pessoa à imagem e semelhança de seu Criador. Sem a graça de Deus, a vida esvazia-se e, com a graça de Deus, a vida torna-se plena e realiza-se por inteiro. A graça de Deus conduz o ser humano novamente ao estado em que foi criado, isto é, o estado em que pode contemplar o seu Criador face a face, em santidade e harmonia, num estado de plena realização e comunhão diante da presença do Senhor Deus.

A graça de Deus é um estado de total entrega à vontade do Senhor, com absoluta confiança Nele e plena certeza de Ele é tudo que importa na vida. A graça de Deus é a única coisa capaz de preencher a alma com tudo de que esta necessita infinitamente, ou seja, o amor incondicional e a paz verdadeira, os quais somente Deus pode dar.

Não há felicidade nem bem estar na vida que possa ser encontrado no mundo que consiga subsistir sem a graça de Deus. Tudo cai no vazio e no nada quando não há a graça de Deus. Ora, Deus é o Absoluto, o Criador que do nada tira a criação inteira e mantém tudo existindo por sua vontade e infinito amor. Assim, a criação inteira reflete a glória de Deus e anseia por sua graça, a qual é a única coisa que pode permitir que a mesma volte à contemplação de seu Criador.

Somente na graça de Deus o ser humano pode estar em comunhão com o seu Criador, vivendo plenamente em verdade, santidade e humildade. A graça de Deus abre o coração do ser humano para entender a vontade do Senhor e, desta forma, aproximar-se Dele como amigo. Jesus mesmo afirmou certa vez “Eu os chamo de amigos” para mostrar que aqueles que estão vivendo na graça de Deus podem participar de sua intimidade.

A graça de Deus dá-se quando o ser humano diz, como Maria e tantos profetas e santos, conhecidos e anônimos, disseram: “Eis-me aqui, Senhor! Faça-se em mim conforme a tua vontade.” Nesse momento, acontece a realização plena do ser humano!

Nilson Antônio da Silva

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Importância de Ler e Escrever


Vivemos numa cultura grafocêntrica e, portanto, a leitura é visto como algo bom que é capaz de oferecer condições de ascensão social. Porém, ter acesso à leitura não é algo igualmente possível para todas as pessoas. Pessoas de classe social mais elevada, obviamente, possuem todas as condições para desfrutar da leitura, enquanto que as pessoas de classe social mais baixa têm dificuldades de acesso à mesma. Para piorar mais ainda este contexto, vivemos num país que não desenvolveu uma cultura de valorização do livro e de incentivo à leitura. Em, nosso país dá-se mais valor à cultura do áudio-visual, representado primeiramente pelo rádio e, hoje em dia, pela televisão.

Ora, se vivemos numa sociedade grafocêntrica, na qual ler e escrever são requisitos básicos para que cada um se realize plenamente como pessoa humana capaz de agir e transformar o meio em que vive e capaz de interagir com os seus semelhantes. Ao dominar de forma eficiente a leitura e a escrita, é possível a melhoria das condições de vida social, política e econômica do indivíduo. Caso contrário, a pessoa é lançada impiedosamente à margem da sociedade. Neste sentido, há outros fatores que também devem ser considerados mas, de uma forma geral, a marginalização oriunda da incapacidade de ler e escrever é a raiz de muita miséria e condições submiseráveis que transformam o ser humano num verdadeiro bicho.

De qualquer forma, é preciso ter consciência de que existe um processo interativo entre texto e leitor. Daí se conclui que ler não é um ato passivo, mas uma interação dinâmica entre o leitor e o texto. Assim, por ser uma interação dinâmica, a leitura é um processo político, pois ela é um instrumento de reprodução e também um espaço de contradição.

Neste sentido, considere-se o fato de que nos primeiros tempos da Igreja os discípulos sentiram a necessidade de registrar por escrito as palavras de Jesus enquanto esteve pregando na Galileia. Tinham consciência de que os ensinamentos do Senhor somente seriam transmitidos às gerações futuras através da escrita e da leitura. E, mais ainda, a escrita do que o Senhor disse a eles se manteria sem alterações de doutrina e sentido, já que a transmissão oral naturalmente vai acumulando ao longo do tempo as impressões próprias de quem a transmite.

Jesus aprendeu a ler e a escrever; os judeus, de uma maneira geral, davam grande importância ao aprendizado da leitura e da escrita. Se naqueles tempos antigos já se pensava assim, quanto mais hoje em dia, com tantas facilidades, deve-se agir para que todos possam aprender a ler e a escrever.

Nilson Antônio da Silva