terça-feira, 28 de abril de 2009

30 - Isaías - 1ª Parte


O Livro de Isaías contém 66 capítulos e foi escrito por três profetas diferentes em épocas diferentes. Os capítulos 1 a 39 formam a primeira parte do livro e foi esta a parte escrita pelo profeta Isaías. A segunda parte do livro é formada pelos capítulos 40 a 55 e foi escrita por um profeta anônimo. A terceira e última parte formada pelos capítulos 56 a 66 é atribuída a um terceiro Isaías e é constituída por uma coletânea de oráculos anônimos.
O profeta Isaías, cujo nome significa “Javé Salva”, viveu em Jerusalém no século VIII a.C., na época dos reis Joatão, Acaz e Ezequias. Ele é considerado como o maior dos profetas da Bíblia, especialmente porque é o que mais fala a respeito do Messias. Isaías, que exerceu seu ministério profético entre 740 a.C. e 681 a.C., era filho de Amós. Seu nascimento é calculado como tendo sido entre 765 a.C., e 760 a.C. Foi casado e teve dois filhos. Durante um tempo, esteve preso no calabouço do palácio. Algumas tradições rabínicas acreditam que ele fosse de uma família de sacerdotes; outras, afirmam que ele fazia parte da realeza. Contudo, não há registro algum sobre suas origens. E nem ainda a respeito de sua morte. Mais uma vez, algumas tradições rabínicas afirmam que ele teria sido martirizado. O livro que leva seu nome é o que possui o maior texto dos livros proféticos. Entretanto, somente os 39 primeiros capítulos são considerados realmente escritos por Isaías. Os demais capítulos foram escritos por dois outros profetas anônimos em épocas posteriores, como será tratado mais adiante.

O Primeiro Isaías tem por tema central a “Santidade de Deus”, mostrando que somente Deus é absoluto.

Em meados do século VIII a.C., a região que compreende o Oriente Médio passava por grandes mudanças políticas internacionais e, nesse contexto, Isaías condena a aliança com as grandes potências e mostra que a nação hebraica somente será salva ao permanecer fiel a Deus. Ora, a Assíria readquirira grande poder e seu rei, Teglat-Falasar III, começou a perturbar a tranqüilidade de todos os países da região. Entretanto, o reino de Judá vivia um período de grande prosperidade tanto econômica quanto política. Porém, essa prosperidade estava baseada na exploração das camadas sociais mais baixas e as injustiças e corrupção eram freqüentes. No final do reinado de Joatão, por volta de 735 a.C., a Assíria começou a pressionar os reinos de Israel e Judá para se tornarem seus vassalos. Nesse contexto, situam-se os oráculos de Isaías dos capítulos 1 a 5, excetuando-se daí alguns oráculos inseridos posteriormente por redatores.

Durante o reinado de Acaz, sucessor de Joatão, Isaías retoma suas atividades proféticas. Ainda no reinado de Joatão, houvera a guerra siro-efraimita, isto é, uma coalizão entre os reinos de Israel e Aram, os quais se uniram para enfrentar o avanço dos assírios. Joatão foi convidado para participar dessa coalizão, mas preferiu se manter neutro. Após a morte de Joatão, Acaz subiu ao trono e também foi pressionado a se aliar à coalizão. Tendo sido ameaçado de perder o trono, ele ficou numa difícil situação entre apoiar os dois reinos ou então pedir proteção à Assíria contra ambos. Nesse contexto Isaías exerce seu ministério, cujos oráculos encontram-se fragmentados nos capítulos 7 a 9 e também no capítulo 17.

Quando Acaz morreu, o seu herdeiro e sucessor no trono tinha apenas cinco anos. Seu nome era Ezequias. Até que o pequeno rei atingisse a maioridade, o governo foi exercido por um regente. Nesse ínterim, Teglat-Falasar III também morreu, sendo sucedido por Salmanasar V, e a coalizão dos reinos de Israel e Aram foi destruída pelos assírios, os quais se põem a conquistar as terras palestinas. Os oráculos dessa época estão espalhados pelos capítulos 14, 18, 20, 28 e 30.

Em 714 a.C., ao completar 18 anos de idade, Ezequias começou a reinar efetivamente. Até essa época, o reino de Judá se mantinha como tributário da Assíria. Devido a pressões populares, Ezequias se arriscou a fazer um ampla reforma política e religiosa, ainda que indo contra os interesses assírios. O Egito e a Babilônia, interessados em estender sua influência, ofereceram auxílio para essa reforma. Em represália, a Assíria ameaçou invadir Judá. E o rei Ezequias teve que continuar pagando tributo até 705 a.C., quando, mais uma vez, ele tentou escapar do domínio assírio. Dessa vez, o então imperador assírio Senaquerib foi mais rigoroso e invadiu o reino de Judá. Ele conquistou diversas cidades e chegou a cercar Jerusalém. Decido a um acontecimento extraordinário, o exército assírio se retirou e não invadiu a capital. A ajuda esperada dos egípcios nunca chegou a Jerusalém. Os oráculos dessa época difícil encontram espalhados em versículos dos capítulos 1, 10, 14, 28, 30, 31 e 32 e também fazem parte integralmente dos oráculos os capítulos 29 e 33.

A mensagem de Isaías é bem clara, pois ele afirma que Deus não obriga ninguém; o Senhor apenas convida o homem se decidir entre a conversão e a vida ou a teimosia e a morte. Para Isaías, o que Deus quer é um culto puro e santo, e não um culto realizado por uma sociedade baseada na injustiça e na exploração dos mais fracos. Do que adianta um culto bonito dentro do templo se a sociedade está mergulhada em corrupção, ambição e ganância? Ora, é justamente essa situação de pecado que tem como conseqüência a invasão do país pelos assírios. Deus julga a sociedade e faz justiça aos oprimidos. E somente um “resto” se salva.

Isaías condenou tão veementemente as alianças com as potências estrangeiras porque via nisso um abandono do plano de Deus para o povo hebreu. Ora, Deus queria que seu povo praticasse a justiça e o servisse de coração puro. A partir do momento em que os interesses econômicos, políticos e religiosos de outros povos começam a interferir na vida do povo de Deus, este mesmo povo começa a se distanciar da Palavra do Senhor e se perde em meio às práticas de opressão e injustiça.

Isaías é chamado de “profeta evangelista” e também de “rei dos profetas”. Muitas de suas profecias são claramente identificadas e cumpridas em Jesus.

Nilson Antônio da Silva

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Cântico de Verônica


Nas noites de Sexta-Feira da Paixão, ecoa pelas ruas silenciosas das cidades um cântico de dor e desespero, cantado por uma mulher em extrema aflição e agonia. Ela se dirige ao povo enquanto sua voz se perde num profundo e comovente lamento. Suas palavras, tradicionalmente, soam em latim. Mas, que palavras são essas? O que expressam nesse cantar tão doloroso?

O Cântico de Verônica é um pequeno trecho do Livro das Lamentações de Jeremias. Trata-se do versículo 12 do primeiro capítulo do livro. As Lamentações de Jeremias foram escritas na época da invasão de Jerusalém pela Babilônia, quando a cidade foi completamente arrasada e o Templo foi destruído. E segue abaixo a letra em latim!

“O vos omnes,

qui transitis per viam,

attendite et videte,

si est dolor sicut dolor meus.”

Nilson Antônio da Silva

terça-feira, 21 de abril de 2009

Ave Maria


Ave, Maria, gratia plena,
Dominus tecum;
Benedicta tu in mulieribus,
Et benedictus fructus ventris tui, Jesus.
Sancta Maria, Mater Dei,
Ora pro nobis peccatoribus
Nunc et in hora mortis nostrae.
Amen.

Hail Mary


Hail Mary, full of grace, the Lord is with thee,
Blessed art thou among women,
And blessed is the fruit of thy womb, Jesus.
Holy Mary, Mother of God, pray for us sinners now,
And at the hour of our death,
Amen!

Ave Maria


Dios te salve, Maria,
Llena eres de gracia,
El Señor es contigo,
Bendita tu eres entre todas las mujeres,
Y bendito es el fruto de tu vientre, Jesus.
Santa Maria, Madre de Dios,
Ruega por nosotros, pecadores,
Ahora y en la hora de nuestra muerte.
Amen.

Ave Maria


Ave-Maria, cheia de graça!
O Senhor é convosco,
Bendita sois vós entre as mulheres
E bendito é o Fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria Mãe de Deus,
Rogai por nós, pecadores,
Agora e na hora de nossa morte.
Amém!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

"Não Matarás."


Milhares de crianças estão sendo assassinadas em clínicas de aborto com o aval das leis que a sociedade humana cria e mantém... e ai daqueles que se levantam em favor da vida e denunciam e condenam os assassinos. Infelizes são porque se decidiram pela vida, escolheram adorar o Deus da vida e se puseram em defesa dos inocentes mudos e indefesos dentro do ventre de suas mães. Por isso, são apedrejados em espetáculos hediondos em praça e mídia públicas. E tudo porque escutaram e entenderam a palavra de Deus: não matarás!

Milhares de pessoas estão sendo assassinadas pelas ruas das cidades que a sociedade humana criou, sem que as leis e instituições da mesma sociedade não conseguem proteger aqueles que a fazem existir. A ganância, a corrupção e a injustiça imperam impunes e devastadoras pelas cidades mergulhadas em egoísmo, indiferença e alienação... e pobres daqueles que se dispõem a lutar pela justiça e pela paz. São taxados de loucos e classificados como reacionários inimigos da sociedade. E tudo porque escutaram e viveram a palavra de Deus: não matarás!

Milhares de homens e mulheres estão sendo assassinados pela guerra em tantos países do mundo, nações essas que a própria sociedade humana estabeleceu para se desenvolver e viver a riqueza de sua diversidade cultural. Quem se ergue em defesa da paz e levanta a bandeira da justiça e do bom entendimento entre os semelhantes – entre os seres humanos – são desacreditados e jogados de lado. E tudo porque escutaram e compreenderam a palavra de Deus: não matarás!

Milhares de jovens estão sendo seduzidos pelo culto desenfreado ao prazer e à sensualidade, num grotesco espetáculo de tristeza e insaciedade cujo único fim é a solidão e o egoísmo. Quem se levanta em defesa da vida saudável e conforme a vontade do Senhor é tido como reacionário e inimigo do progresso e da satisfação humana. Mas que satisfação é essa que é marcada pela solidão, pelo egoísmo e, finalmente, pela morte da alma e do corpo? Que prazer é esse que não conduz à felicidade, mas tão somente à dor e à amargura? E tudo porque não se leva em conta a palavra de Deus: não matarás!

Milhares de pessoas, ao atingirem o natural declínio da vida, estão sendo jogadas à margem do convívio humano. Nalguns lugares, são-lhes oferecidos meios de retirarem a própria vida...

Não matarás! Os seres humanos não compreendem a tua palavra, ó Senhor! Não compreendem...

Nilson Antônio da Silva